Para quem, como eu, se vem revelando cada vez mais avessa ao cinema, foi uma agradável surpresa descobrir que, aquilo que pela imagem não é capaz de seduzir, pode, a final, deixar-nos absolutamente rendidos pela extraordinária qualidade musical. Fellini, uma excepção ao enfado da grande tela, alimentando, com propriedade, dois dos cinco sentidos.
*Arranjos e interpretação ao piano de Enrico Pieranunzi, com participação de Wheeler Potter e Haden Motian.
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Fellini teve como grande trunfo contar com Nino Rota como seu colaborador desde muito cedo. Colaboração frutuosa, porquanto transmitiu um ambiente "jazzy" aos seus filmes, mormente no genial, sublime e mordaz "la dolce vitta". Quem será capaz de esquecer os temas principais de: "I vitteloni", "La strada", "la dolce vita", "otto e mezzo" ou "amarcord" (já para não falar do fantasmagórico e impressionante "il casanova de Federico Fellini").
Cara e mui prezada Kashmir, afigura-se-me que não andas a ver os filmes certos...
Quanto a filmes com banda sonora, sugiro "Blow Up" de Michelangelo Antonioni que, a par de ser um filme genial a todos os títulos, conta com a banda sonora original da autoria de Herbie Hancock (também podemos ver uma aparição dos lendários Yardbyrds nesse filme).
E sim, Fellini Jazz é muito bom. Eu pecador aqui diante de mim me confesso (Miguel Torga em "tantum ergo"): conta com o Charlie Haden (que assinou um célebre álbum com Carlos Paredes. "Dialogues" de seu nome) e isso já diz tudo ;)
Posted by Hugo | 11:29 da manhã
Posted by Ithaki | 12:22 da tarde