Mel Com Cicuta 

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room.

 

William Hazlitt  
      

   

quinta-feira, novembro 30, 2006

Boletim do bairro



Hoje, a Casa Fernando Pessoa assinala o seu 13º aniversário. Há festa desde as 14h30. Depois do jantar, a partir das 21h30, vão estar na Casa, para lerem textos seus, Manuel António Pina, Pedro Mexia, José Luís Peixoto, Luís Quintais, José Eduardo Agualusa e José Tolentino Mendonça. Depois, ainda, haverá uma ceia. Pelo meio, estarão abertas todas as salas da Casa Fernando Pessoa (poderá ver o original do retrato de Pessoa por Almada Negreiros, na Biblioteca, por exemplo, bem como visitar a biblioteca pessoal do poeta), além do jardim – tudo para visitar. Distribuídas pelos quatro pisos estarão as fotografias da Kameraphoto bem como objectos pessoais & manuscritos dos poetas convidados neste dia. Haverá música, a Rua Coelho da Rocha vai estar iluminada de maneira especial, e todos os visitantes terão direito a um presente de aniversário da Casa.
A entrada é livre e a vizinhança é óptima. O Poeta é, enfim, um Desassossego.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Desapego emocional

Ce livre, s’il brûle, ne peut brûler qu’à la manière de la glace.

Baudelaire

Os estetas

Na blogosfera como na vida, é tudo uma questão de Template.

Sentir na pele um conceito

Defensive Wounds.

terça-feira, novembro 28, 2006

À entrada dos parques de estacionamento subterrâneos figuram alguns sinais que proíbem o acesso a determinados veículos por razão de peso, altura ou combustível utilizado (veículos movidos a gás, por exemplo).
Alguns de nós deviam pôr o mesmo à porta da sua vida. Afinal, seja da psique ou automóvel, é tudo uma questão de tara.

O Bond que interessa



Alguém me disse, era eu ainda muito nova para perceber, que todas as mulheres querem ser salvas.

Eu não tenho muitos heróis além deste.

O novo Bond


Que o senhor até não é mau actor. Nada. Não compromete e tem alguma graça. Mas daí até quererem convencer-me que este aparentado (notar o calção de praia) de porteiro de bar duvidoso frequentado por empresários da construção civil algures na Rinchoa é um agente secreto charmoso e de fina ironia ao serviço de sua Majestade...

segunda-feira, novembro 27, 2006

The Piano has been Drinking (e só ele)



Todos sabemos como é que a coisa funciona: controlamos imenso o que sentimos em nome de valores mais altos, somos adequadamente inócuos até ver e depois, numa bela tarde, sem mais nem menos, atiramos um piano pela janela.

A culpa é, naturalmente, do piano que tinha bebido demais. E assim vivemos melhor com a nossa consciência e evitamos pensar na criatura que levou com o piano em cima.

Os pianos deviam beber menos, é um facto. Tom Waits, no video supra, explica, à sua maneira singular, como é que a coisa funciona.

domingo, novembro 26, 2006

Mário Cesariny


Faz-me o favor...

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és nao vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor - muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.


Poeta e pintor morreu hoje, em Lisboa, aos 83 anos.

Na jukebox mental

"Cry Baby", de Janis Joplin. Uma das músicas mais fortes que conheço como libertação de raiva e desalento amoroso. Aquele primeiro verso que é repetidamente gritado como muitas vezes nos apetece gritar tantas coisas.


Embora seja discutível a qualidade da fotografia tirada, à pressa, por detrás do vidro do carro em andamento, era esta beleza que o Guincho tinha hoje à minha espera. Quando, depois de sentir na pele uma maldade, percebi que vai sempre haver no mundo lugares e pessoas que cuidam de nós. Como um estojo de primeiros socorros para a alma.

Estão a ver quando vamos ao volante, vemos um buraco na estrada, percebemos que, do lado oposto, há uma fila de carros estacionados que impede o desvio e que o desvio para o lado contrário a esse nos deixaria em contramão e perigo de desastre iminente, vamos demasiado depressa para travar a tempo e, portanto, resignadamente mas não sem um fundado temor dos efeitos, nos deixamos cair passivamente naquele buraco (enquanto fazemos um esgar e um ranger de maxilares)?
É isto, mas em matéria de sentimentos. Acho que lhe chamam qualquer coisa como inevitável.

sábado, novembro 25, 2006

Um comandante de bombeiros agora entrevistado na SIC dizia:

— Precisamos de mais Homens no terreno.

Eu não teria dito melhor. E isto, meus amigos, não tem nada a ver com bombeiros.

Na intersecção do Uganda com os Fiordes

Fruto das inundações causadas pela recente intempérie, esta casa algures em Campo de Ourique afigura-se um campo de refugiados com mobiliário de design nórdico. Aguarda-se auxílios.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Um post realmente confessional



31 (da Armada) a 25 (de Novembro)

quarta-feira, novembro 22, 2006

Não sei se tudo está bem quando acaba bem. Só sei que tudo o que é mau fica bem melhor quando acaba.

A pergunta mais cruel dos últimos tempos

Tens a certeza que vais ser feliz assim?

A pergunta mais difícil dos últimos tempos

Exactamente quanto é que gastou em sapatos este mês?

A pergunta mais idiota dos últimos tempos

Tens a certeza que sentes mesmo isso?

A pergunta mais simpática dos últimos tempos

Gostou do concerto?

À cabeceira


“Respect was invented to cover the empty place where love should be. But if you don’t love me, it would be better and more honest to say so.”

Eu sei que já devia ter lido. Mas é muito bom descobrir algumas coisas em determinadas fases da vida. Há momentos em que as coisas fazem mais sentido. E, neste Outono, os clássicos russos têm lugar especial nesta cabeceira. De damasco preto, bem se vê.

terça-feira, novembro 21, 2006

Madeleine Peyroux


Uma voz com muito potencial num corpo raso de ambição. No CCB, no passado sábado, não ofendeu, mas também não entusiasmou. É uma pena. Porque pode.

Para ti


This chain is broken.

Escolaridade mínima emocional

Sim, educativos estes tempos. Sem dúvida. Como se até aqui tivesse frequentado o ensino básico e só agora, nos últimos tempos, me tivesse sido permitido assistir às aulas das classes mais avançadas. E o mais assustador, saber que vem aí o ensino superior, e depois, quem sabe, especializações e mestrados. Tudo em matéria de emoções, claro.
Uma amiga dizia-me, há poucos dias, que eu era "emocionalmente esperta", porque, confiando muito pouco no ser humano, me iludia bastante menos com as pessoas à minha volta.
Não reconheço nesta dita qualidade grandes vantagens. O pré-aviso não minimiza a dor. Os tambores, o burburinho da assistência e o eco dos passos do carrasco não fazem com com se sinta menos a crueza do couro de um chicote a rasgar-nos a pele.
Mas é verdade que são raras as vezes em que uma traição ou manifesta falha de carácter me surpreendem realmente. Mesmo de pessoas bastante próximas. Aprendi a gostar dos seres humanos que me rodeiam com as respectivas falhas incluídas, e não exijo de cada um deles mais do que, de acordo com as suas singulares características, seria legítimo pedir-lhe.
Mas há momentos muito educativos. Como reconhecer a frieza nos que inicialmente quebraram as nossas barreiras com uma intimidade morna e (aparentemente) sincera.
Sim, mil vezes prefiro a traição apaixonada à adequação frígida e desesperançada.
E eu? Bem, obrigada.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Aos abrigos


Chegaram os enfeites de Natal, as promoções de Natal, as músicas de Natal, as iluminações de Natal, os votos queriduchos de Natal e os respectivos sorrisos apatetados dos que foram infelizes um ano inteiro.

31 da Armada


E já sabe onde é que vai querer estar no 25 de Novembro?

Limpezas de Inverno

Os mais atentos notarão algumas alterações nesta casa: arrumações nos links para incluir amigos e outros que, por cá, gostamos de ler, um especial e destacado link para o novíssimo 31 da Armada que promete não dar descanso à comunidade blogosférica, e, finalmente, um nome, porque só faz sentido o anonimato quando ele, de facto, existe.
O Mel com Cicuta passa também a ter e-mail. Para conversas paralelas.
E a emissão prossegue.

sábado, novembro 18, 2006

My funny Valentine IV

Chovia como se o mundo fosse acabar. Ela tinha desistido de correr ou de esperar, abrigada, que a violenta chuvada passasse. Estava encharcada e tudo se resolveria em casa, dali a 100 metros, com um banho quente que lhe levasse o frio da chuva e o desalento da semana.
Passava da uma da manhã e cruzava aquele caminho tão comummente animado, durante os dias, pela rotina do bairro. Constantemente enganada por uma miopia que teima em não resolver, só o reconheceu quando ele já estava demasiado perto. Passeava o cão que a reconheceu imediatamente e lhe foi lamber as mãos enquanto ela lhe fazia festas. O cheiro dela era-lhe familiar, mesmo tendo mudado o perfume a que ele (e o cão) estavam tão habituados. Lembrou-se das vezes em que, deixando-o adormecido na cama ia para a varanda ver o mar e beber o chá preto que ele , sem nunca admitir, só mantinha na despensa por causa daquela hóspede ocasional. E tantas dessas vezes, aquele simpático animal lhe tinha ido aquecer os pés descalços, sentando-se aos seus pés naquela varanda que emoldurava o mar deles.
Olharam-se com a falta de à vontade de dois estranhos que acordam juntos. Fizeram perguntas de circunstância sobre as famílias, os trabalhos, e os (poucos) amigos comuns. A chuva tinha parado. Ela continuava encharcada e ele não estava muito melhor. Ela sabia que era uma questão tempo até que o joelho doente dele começasse a ressentir-se daquela chuvada e o deixasse bastante limitado e indisposto durante uns dias. Era a segunda vez que partilhavam uma tempestade embora tenham vivido muitas outras. Lembraram-se, sem que disso tenham falado, de uma tarde muito chuvosa de um Outubro distante em que tinham decidido ser felizes. Nunca chegaram a concretizar esse plano notoriamente megalómano.
Ele iniciou uma conversa sobre a última vez que se tinham visto. Balbuciou umas reprovações, umas desculpas inquisidoras em tom doce. Ela deixou de o ouvir. O telefone providencialmente tocou. Despediu-se desajeitadamente e correu fugindo de uma chuva que já não caía. Entrou em casa e deixou-se ficar sentada no soalho quente com as roupas encharcadas. Fez chá preto.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Further to our previous conversation

Importa-se de repetir ?

Quando perdemos uma coisa de que gostamos muito, fica-nos, naquele espaço que lhe era antes consagrado, um enorme vazio. Quando nunca se teve a coisa gostada, o vazio assume a dimensão da projecção desse desejo. E às vezes não cabe cá dentro. É nesses momentos que temos de crescer. Crescer não é mais do que aumentar a nossa capacidade para armazenar desilusões.

Os brasileiros, sábio povo irmão, têm uma expressão de que gosto particularmente. Quando uma situação ou afirmação é desnecessariamente constrangedora ou gratuitamente violenta defendem que "não vale a pena chutar cachorro morto".
Isto poderia muito bem ser um post sobre Santana Lopes ou Manuel Maria Carrilho (um mais morto, outro mais cachorro), mas não hoje.

Mr Herbie Hancock



E estamos conversados quanto à questão de saber quem é o melhor pianista do mundo.

Ontem, no Coliseu dos recreios, admito que tenha havido alguma desilusão para os que esperavam um simples concerto de jazz, com interpretação (ainda que imaginativa) de um conjunto de standards.

Herbie Hancock fez-se acompanhar de Lionel Loueke (um, quanto a mim, relativamente dispensável guitarrista com uma vincadíssima componente étnica do ponto de vista musical), Vinnie Colaiuta (baterista que acompanhou Sting), Nathan East (baixista que trabalhou com Eric Clapton) e trouxe ao coliseu uma amálgama de sonoridades entre o retro e o futurista que oscilaram sempre entre o jazz e o electrofunk.

O homem que, durante anos, acompanhou Miles Davis, formou os inquestionáveis Headhunters, e compôs "Watermelon man" esteve ontem, e sempre, um passo à frente na Música.

quinta-feira, novembro 16, 2006

31 da Armada. Também com danças de salão.

É coisa bastante comum quando estamos tristes, taciturnos, irritados ou desesperançados (desesperados, mesmo) essa de nos olharem com ar paternalista e nos aconselharem (impositivamente) a ter calma e/ou paciência.
Não há nada mais reconfortante para quem profere esse disparate e nem nada mais absolutamente exasperante para quem o ouve.
Quando alguma coisa tem a força suficiente para tornar pessoas habitualmente racionais e ponderadas em desorientados representantes da civilização(!) huna é quase criminoso que , semblante impávido, se pregue o dever de manter a calma.
A paciência pode até ser o caminho mais digno e o acesso mais legítimo à redenção e à cura, mas - e da mesma maneira que não se pede a paciência para preenchimento da rotina burocrática a alguém que entre esventrado nas urgências de um hospital - devia ser proibida esta moralista pancadinha nas costas a quem está em frangalhos por dentro.
Pode-se sofrer com dignidade mas não se pode amar sem urgência.

Interrompemos a emissão confessional para reproduzir a pergunta que vem atormentando o mundo

Outono/ Inverno

(Ele) - Se a ideia de ter prazo de validade, como lhe chamas, te incomoda devias congelar-te ou assim...
(Ela) - Eu já fiz isso. Mas por dentro.

Há variadas maneiras de mostrar que desistimos, que nos fomos embora, que tudo é demasiado difícil, que estamos cansados ou que não queremos nada disto. A melhor de todas é, parece-me, dizê-lo. E viver coerentemente.

Snobeira

O verdadeiro preconceito é o daqueles que não têm a capacidade (e nem a abertura de espírito) para distinguir a snobeira enquanto registo da snobeira enquanto critério ou conduta.
Isso sim, é segregação auto-inflingida. E maça.

Onde é que você estava no 25 de Novembro?



31 da Armada. Não saia do seu lugar. Até porque sabemos onde encontrá-lo.

31 da Armada



Não mais morrereis de tédio, eles vêm aí.

terça-feira, novembro 14, 2006

Post com Ego-linque

Este mesmo cavalheiro já tinha sido estrela neste blogue, noutros carnavais.

E ainda não estava armado o 31.





Brevemente, num computador perto de si, o primeiro blogue de terceira geração.

segunda-feira, novembro 13, 2006

E já agora

Hoje terminou o ameno calor outonal. Por cá morre-se de frio. E não tem nada a ver com o tempo. Nem com ter deixado o casaco em casa.

A diferença

Entre atirar para o lixo uma fruta estragada ou ficar agarrado a ela a vê-la apodrecer-nos nas mãos.*


*Ideia original de um pianista da casa, enquanto se lamentavam infortúnios vários.

Semântica jurídica

Objectivamente impossível ou subjectivamente possível mas com reservas?

E quem conhece o meio caminho

que vai dos sentidos aos sentimentos?

Shall we?

John McEnroe do Jazz



Neste video, Keith Jarret toca Autumn leaves.

Nunca um concerto me despertou tantos sentimentos contraditórios. Nos momentos que o antecederam era a expectativa de ver o melhor pianista vivo, depois de entrar na sala, apagadas as luzes, a irritação da vaga de tosse generalizada pelo auditório fora.
Já se sabia que Keith Jarret não é um músico empático, que não perde tempo nem energias para criar qualquer tipo de afinidades com o público, mas não pôde deixar de me chocar a forma egoísta como exibiu, durante a primeira hora, a sua excepcional qualidade técnica. Naquele trio, só ele devia brilhar e isso fico claro logo ao primeiro tema. Gary Peackock e Jack DeJohnette não fizeram um único solo, digno de ser assim chamado , durante toda a primeira parte. À saída para o intervalo um frio que me gelava por dentro.
Depois, um novo concerto: o pianista (a bom tempo) esqueceu pretender ser uma diva das teclas, e (ainda que timidamente) acompanhado por um experiente contrabaixista e um sólido baterista produziu a melhor hora de jazz ao vivo a que alguma vez assisti. Sólido, virtuoso, tecnicamente irrepreensível. Uma interpretação emocionante de Round Midnight (um dos mais consensuais mas nem por isso menos belo standards de sempre) e, no último encore, um dos meus temas preferidos "when I fall inlove". Por boas e más razões, foi a primeira vez que chorei num concerto.

Ontem, dia 11 de Novembro, pelas 20:00, no Grande auditório do CCB.

domingo, novembro 12, 2006

Gostar de crianças

sexta-feira, novembro 10, 2006

(1) Ter um blogue é exercer um direito expressão.
(2) Ter um blogue confessional é adoptar uma das formas de exercer esse direito de expressão.
(3) Ter um blogue confessional e escrever posts dirigidos e consequentes é enveredar por uma variante da forma escolhida de exercer um direito que implique a produção de efeitos no universo de terceiros.
(4) Ter um blogue confessional, escrever posts dirigidos e consequentes, e, com isso, semear a angústia é apenas uma atrocidade. E devia dar cadeia.

Paredes feitas de Jazz


Para se fazer música não basta atirar 4 bons músicos para cima de um palco. O jazz, como quase tudo na vida, é feito de cumplicidades e de confiança. Por isso se percebe tão bem porque é que Wayne Shorter se rodeou dos melhores. Ontem, na Culturgest, pouco depois das 21h30, subiam ao palco uma das maiores referências vivas do Jazz (Wayne Shorter), Danilo Perez (um virtuoso ao piano), Brian Blade(frenético baterista) e John Patitucci(Contrabaixo de tirar o fôlego).
O resto, só mesmo estando lá.

Shhh (ou 2 Ben-u-rons para a mesa 7)



Importam-se de existir um pouco mais baixo, por favor?

A gerência agradece.

quarta-feira, novembro 08, 2006

27


Carrie – (…) OK! The end. New topic: Charlotte’s 36th birthday is Saturday night. I say we spinsters take back Manhattan.
Charlotte – I’ve though about it and I’ve decided I’m sticking at 35.
Miranda – It was such a good year?
Charlotte – Because I’m just not where I thought I’d be at 36. I don’t feel 36. I don’t look 36, right?
Carrie - … No…!
Charlotte – Men are more interested in meeting 35-year-olds. So I’m sticking.

Sex and the city, Season 5, episode 3 - Luck Be An Old Lady.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Neste momento, do lado de lá da vidraça, raios, coriscos, chuva e trovoada anunciam que o mundo vai acabar. E, se calhar, até vai.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Requiem

Hoje, decorridos quase dois anos de absoluta e confiada partilha, o meu telemóvel abandonou-me. Decidiu que este mundo (o meu mundo) era demasiado cruel e injusto. E partiu. Cansou-se de tanta entrega profissional, conferência telefónica inusitada, conversa tardia emocional e emocionada, discussão desnecessária e afogueada. Disse basta a largos milhares de sms inócuos, comprometidos, simpáticos, deprimidos, angustiados, vãos ou vazios. Removeu aniversários, concertos, eventos. Apagou algumas pessoas da lista da minha existência.
Sei que durante os próximos dias terei a oportunidade de verificar e lamentar mais perdas sentidas (e de alegremente assobiar para o lado algumas outras).
Mas não posso deixar de partilhar o requinte selectivo: dos cerca de 150 sms que insistia em manter para memória futura sobraram menos de 30. Desses 30, 15 são da mesma proveniência. O Argumentista, de facto, não brinca. Mas diverte-se muito comigo.

Fundo de investimento mobiliário - Perfil do investidor: agressivo


Fredrik Ljungberg. Jogador do Arsenal, capitão da selecção sueca, modelo da Calvin Klein underwear.

Que este blogue tem uma queda por design nórdico já toda a gente sabia.

Mas, nesta altura do campeonato, quem é que quer saber de candeeiros?

quinta-feira, novembro 02, 2006

Na sequência deste post:

(Carregar a banda sonora)


(A amiga) - Mas onde é que vais com isso? Tás doida?




(Ela) - Eu não vos disse que ia haver uma festa? Vou só ali arrancar uma erva daninha. Eu já volto. Podem pôr o Moet no gelo. Acham que vou bem assim, de branco? Começa a fazer frio, lá fora...


Antes partir que dobrar

Quando era miúda lembro-me de ter uma caneca encarnada de plástico com um sistema que impedia que o conteúdo se derramasse. A caneca podia cair, tombar, mas aterrava sempre de pé (como os gatos) exibindo orgulhosamente o líquido que permanecia intacto — o que não me era particularmente simpático quando me obrigavam a beber coisas que não me agradavam por aí além.
Anos depois não posso deixar de me lembrar do conceito e pensar que fui crescendo um bocadinho sob a filosofia da Tupperware:
Cair, tombar, espalhar-me ao comprido, esfolar-me, sangrar, mas ficar sempre, sempre de pé. Antes partir que dobrar, portanto.

Ouvido por aí

Rapariga A - O tipo que se mudou para a sala ao lado da minha é um verdadeiro Deus grego.

Rapariga B - Então tens de fazer três coisas:
(i) descobrir se é heterossexual;
(ii) descobrir se é comprometido;
(iii) se a resposta às duas questões anteriores fôr positiva tens de lhe demonstrar como ele é infeliz na relação que tem.

Mel com cicuta viaja à pendura d' O Insecto



Como é que é mesmo a tal expressão? "Encharcada e mal paga"? Sim, deve ser isso. É isso mesmo, certamente...

quarta-feira, novembro 01, 2006

Ser imune à agressão não é necessariamente uma coisa boa. Pode ser apenas sintomático de um passado muito reles.