Quando era miúda lembro-me de ter uma caneca encarnada de plástico com um sistema que impedia que o conteúdo se derramasse. A caneca podia cair, tombar, mas aterrava sempre de pé (como os gatos) exibindo orgulhosamente o líquido que permanecia intacto — o que não me era particularmente simpático quando me obrigavam a beber coisas que não me agradavam por aí além.
Anos depois não posso deixar de me lembrar do conceito e pensar que fui crescendo um bocadinho sob a filosofia da Tupperware:
Cair, tombar, espalhar-me ao comprido, esfolar-me, sangrar, mas ficar sempre, sempre de pé. Antes partir que dobrar, portanto.
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