Mel Com Cicuta 

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room.

 

William Hazlitt  
      

   

segunda-feira, maio 30, 2005

Sexo e a cidade... Lição n.º 4

Os homens traem por instinto, as mulheres por convicção.
Já tentei discutir este assunto com vários homens e mulheres, ninguém me soube responder satisfatoriamente a esta questão existencial.
Acho que a traição é mais grave quando praticada por uma mulher... Os homens traem por instinto primário, pelo puro prazer da caça e da sedução, pelo jogo, independentemente de qualquer característica singular do objecto que leva a consumação da traição...
Já com as mulheres, a traição é, por regra, um acto reflectido, provém de uma cuidada (e muitas vezes sobre-analizada) ponderação de sentimentos, de prós e contras, de uma análise de culpa e de risco, e de um extenuante processo de racionalização onde tem lugar uma pormenorizada análise comparativa das características, quer do objecto desejado, quer do objecto a trair.
Assim, não pode deixar-se de, em nome das mais antigas e aclamadas teorias penalistas, considerar mais gravosa a traição intelectualemente reflectida que só as mulheres acolhem...

Há um ano que sinto saudades

Não me viciam as substâncias, nenhuma delas, seja qual for o sabor ou efeito, mas viciam-me as pessoas... Não dependo de cigarros, de chocolates, de qualquer outro químico, mas dependo crua e profundamente das pessoas de quem não consigo evitar gostar...
Há amigos para todas as ocasiões, amigos de uma vida inteira, amigos para circunstâncias específicas, amigos com quem se partilha interesses específicos (diametralmente opostos como o jazz, a política, a arte, a literatura ou o futebol...) E há também aqueles que sempre estiveram ali, já nem sabemos porquê...
Há um ano que já não estás ali, e tenho saudades, daquelas que dão dor física... deve ser o que muitos descrevem como sintoma de privação... eras, é és ainda, porque não consigo acreditar que te foste, realmente, um amigo viciante...

quarta-feira, maio 25, 2005

É que é já a seguir II

Não pode deixar de , no mínimo, intrigar os mais avisados, que o aumento de impostos tenha sido estrategicamente apresentado "já, já a seguir" à vitória do Benfica que deixou o páís em euforia e dias antes de umas mini -férias nacionais...
Até com a chegada do verão tiveram sorte... O tuga vai, literalmente, afogar as mágoas por ter sido afogado em impostos numa qualquer praia com bandeira azul a categoricamente borrifar no país político...

É que é já a seguir...

Se a memória não me falha, o Senhor Dr. Jorge Sampaio pôs um par de patins ao executivo de Santana Lopes, espancando mortalmente a criatura da incubadora, em nome da estabilidade do país, que o presidente tinha plena convicção de periclitar com o governo anterior.

Ora, acho muito bem...!

Meses depois da legislativas que trouxeram o socialismo de volta ao poder, a economia floresce, e estabilidade é matéria na qual somos líderes mundiais, senão vejamos:
(i) os impostos que não iam aumentar acabaram de atropelar a classe média tipo cilindro;
(ii) a política de contenção de Manuela Ferreira Leite, tão criticada pelos socialistas, com morte anunciada, vamos a ver, faz todo o sentido;

A diferenças em relação ao anterior executivo prendem-se eminentemente com assumpção de responsabilidades políticas... Nunca vi Manuela Ferreira Leite ficar calada que nem um rato quando colocava uma bomba no colo das famílias portuguesas...!

E querem estes senhores o benefício da dúvida?

É que é já a seguir...!!!!

quarta-feira, maio 18, 2005

Tenho a sensação que caminho sempre nessa...

TWO roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;


Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,


And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.


I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I-
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.



Mr Robert Frost

"America is the only country that went from barbarism to decadence without civilization in between. "

Oscar Wilde

terça-feira, maio 17, 2005

Aviso à navegação

Já um amigo me tinha falado disto, dizendo que tinha um amigo que tinha visto, e eu achei, genuinamente, que se tratava de mito urbano, daqueles que há sempre alguém cuja tia-da-prima-da-vizinha jura a pés juntos que viu, com os olhos "que a terra há-de comer"...
Mas, EU VI MESMO, uma senhora de idade (adoro esta categoria de senhoras), dentro do seu automóvel, conduzindo colada ao volante e ao pára-brisas (como se quer), com o colete fluorescente VESTIDO!
Alguém tem de explicar às pessoas de idade que estes coletes novos não fazem parte da indumentária obrigatória para a Primavera-Verão 2005...

segunda-feira, maio 16, 2005

Sexo e a Cidade - Lição n.º 3

É técnica e objectivamente impossível, para uma mulher que se preocupe com o seu aspecto, e padeça do mal da "pele mista"(v.g. aquela que não é seca nem oleosa, e portanto, não é coisa nenhuma, senão um molho de bróculos dermatológico), cumprir um horário de trabalho que inicie às 9:00 (pois, é verdade, dizem que já há mundo lá fora até mesmo antes dessa hora(!)...).
Senão vejamos: para além de toda a bricolage matinal, a gaja que tem "pele mista" (não meninos, nada a ver com queijo e fiambre...) tem de seguir os seguintes passos:
(1) Limpeza da pele com o sabonete especial para peles deste tipo;
(2) Utilização de tónico exfoliante;
(3) aplicação de primeiro hidratante, especial para as zonas mais secas, mas que só se pode aplicar nessas, sob pena de transformar a cara numa bola de sebo (argh...!);
(4) aplicação, nas restantes zonas, de um hidratante mais fluido, que previna a oleosidade e provoque o efeito mate (nada a ver com potenciar tendências homicidas...);
(5) aplicação de hidratante especial para contorno dos olhos (porque a malta já não vai para nova)...
De tudo isto se retira o seguinte:
(i) Não é facil ser-se uma profissional de sucesso quando o tipo de pele não ajuda;
(ii) seria muito útil delimitar todas estas distintíssimas zonas do rosto (talvez tatuar fronteiras entre umas e outras... )
(iii)Tenho uma leve desconfiança de que os tipos que garantem que preciso mesmo de todos estes tipos de cremes me estão a dar uma monumental tanga, mas quem se atreve a desafiar a fé nos deuses do olimpo da cosmética???

A Família Benfiquista sustém a respiração

Durante estes quase dois meses de blog consegui conter-me, e não o pintar com mais cores, porque achei que o laranja das politiquices e o negro do meu humor seriam, já de si, bastante indicativos de uma data de coisas...
Mas como resistir à onda vermelha que assola o país?
Desde sempre me lembro de ser benfiquista, de ir à bola com o pai, que me explicava, através de diversas teorias inatacáveis do ponto de vista científico, que ser benfiquista era inevitável, e decorria de uma lei universal...
E desde então me mantive, benfiquista, e assim assisti, sentada nos seus joelhos, a duas finais da taça dos campeões europeus, e, mais tarde, ao declínio da águia... A paixão pela bola, a pura noção de pertença e lealdade absoluta à família benfiquista, juntamente com o facto de gostar do meu wisky só com gelo, edificam o meu lado maria-rapaz...
A onda vermelha chegou devagarinho e, neste momento, milhões de pessoas sustêm a respiração até Domingo, e acreditam...acreditam muito !

Sartre, eu e um amigo...

"O Inferno são outras pessoas ao pequeno-almoço."

Bem vindo à Blogosfera,
HBR...

sexta-feira, maio 13, 2005

Já não quero os Corn Flakes....

A uma amiga, que perceberá isto melhor que muitos outros, com um especial agradecimento por Madrid, e por tantas outras coisas...

"Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?


Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.


Para quê?...

Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?..."

Fernando Pessoa, 7-1-1935.

Remédio Santo...

Continuo a detestar as manhãs, em todas as suas vertentes...
Continuo a não suportar conversas sociais antes do meio-dia, e a arrepiar-me quando ouço vozes animadas no percurso até ao escritório...
Continuo a achar que algumas mulheres (as mais estridentes), deviam ser proibidas de emitir sons (seja de que natureza for), antes da sobremesa do almoço...
Continuo a achar que Lisboa, de manhã, tem demasiados sinais de Humanidade para pessoas como eu...
No entanto, descobri o caminho para sobreviver a grande parte disto: Uns headphones e um bom cd de jazz... daqueles que nos transportam para ambientes noctívagos, enevoados e boémios e onde não há lugar a palavras como "dia" e "cedo"...
Este governo tinha razão, a solução para os meus males é o choque tecnológico... deviam distribuir cds portáteis nas farmácias, à laia de Kit de sanidade mental...

quinta-feira, maio 12, 2005

"Interestingly, according to modern astronomers, space is finite. This is a very comforting thought-- particularly for people who can never remember where they have left things. "

Woody Allen

Hoje acordei tão assim...

Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...Sim, o porvir...
Álvaro de Campos

Pessoa e eu...

"Pouco me importa.Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa."

Alberto Caeiro, 24-10-1917

quarta-feira, maio 11, 2005

Um velho conhecido

E não é que o Senhor Dr. Luís Nobre Guedes me tornou a surpreender?

Nobre Guedes foi constituído arguido em caso de tráfico de influências, e eu estou boquiaberta...

Não, obviamente, por algo de ilegal ou vergonhoso que o senhor possa ter feito mas, única e exclusivamente, por se ter deixado apanhar...

É que além de padecer de uma honestidade duvidosa (coisa que já todos sabíamos), também revelou não ser muito ardiloso (coisa de que alguns de nós já desconfiavam mas só agora têm a certeza)...

Solidão

Não me custa como à maior parte das pessoas que conheço...

Não me pesa, e, por isso, não a carrego como um fardo...

A solidão é, por vezes, a única companhia que consigo suportar...

Gosto de percorrer sozinha as ruas desta cidade que escolhi como minha, de sentar-me sozinha à mesa de um restaurante, de estar, isolada nos meus pensamentos, horas a fio e olhar guloso, nos corredores da Fnac do Chiado...

Perco-me nos meus momentos presentes e passados e riu-me (às vezes alto demais) das piadas que só comigo partilho...

Gosto da solidão porque é uma escolha, uma fuga, e não um beco sem saída...

Gosto da solidão porque a opção seria estar com alguém que não Tu e, isso sim, seria estar profundamente só...

Saudades III

Perguntam-me porque não desisti de ti.
Porque eu não tornaria a olhar para a cara de alguém de quem ouvisse tudo o que ousei dizer-te, e tu, no entanto, olhas-me nos olhos...

terça-feira, maio 10, 2005

Será?


A Propósito dos signos, em jeito de conversa de café, contaram-me uma história, a única que me levou a admitir algum fundo de verdade, que me fez rever num signo que dizem ser o meu...
"As águas do rio subiram muito impossibilitando aos animais de pequeno porte a travessia. Um escorpião interpela um elefante, pedindo que o carrague no seu dorso até o lado de lá.
O elefante pergunta, reticente: -Mas não me picarás, não me matarás com o teu veneno?
O escorpião, seguro de si, responde: - Claro que não! se o fizesse morreria também.
O grande elefante acedeu, permitindo que o pequenino escorpião escalasse até ao seu dorso.
Iam já a meio do rio quando o elefante sentiu uma picada, e o frio do veneno que penetrava. Olhou por cima do ombro e perguntou : - Mas... Porquê????
Resposta:-Porque é a minha natureza..."
Eu também não consigo lutar contra ela...

Madrid II

Mesmo que não perguntes, porque sei que nunca o farias, não agora, não depois do tudo e de nada, procurei-te, por cima do ombro, na minha vida, onde sempre te procuro, até nas ruas de Madrid, onde nunca estivemos sequer...

Madrid

Sol, e o começo daquele calor abrasador sem o qual não saberíamos reconhecer aquela cidade.
Voltar a Madrid 8 anos depois e encontrar tantos bocadinhos do que lá deixei (e intensificar a saudade que sinto, uma saudade que causa dor física, dos que me acompanharam há oito anos, e que hoje já quase não reconheço).
Rever o Prado, deixar-me incomodar pelos loucos de Goya e esmagar ante pela simplicidade do seu "The Dog", deixar-me ir sala a sala, ver e viver outros mundos.
No Rainha Sofia, olhar Picasso de perto e, pretensiosamente, eu bem sei, rever muitos dos meus despertares no caos doído da imensidão do "Guernica".
Museu de Arte Thyssen-Bornemisza e Mark Rothko "Verde sobre Morado" que não resisti a adquirir em versão de trazer por casa , Chaggal " El Gallo" e "La Virgen de la aldea" e a profunda comoção que senti ao ver de perto mais uma das bailarinas de Degas "bailarina basculando"...
Madrid é uma cidade de pessoas felizes e tinha saudades de me sentir rodeada de sorrisos que não necessariamente familiares.

quarta-feira, maio 04, 2005

O Tuga e o Portuguesinho


Para os que comentaram o meu post sobre os portugueses hábitos, um esclarecimento, ou melhor, o esclarecimento :
Eu gosto do portuguesinho (sobretudo se for Benfiquista, e de bigode, que é como se quer.)
Eu gosto de viver neste país de brandos costumes, gosto da forma como fingimos não notar que estamos na cauda da Europa, gosto da forma como somos solidários com qualquer desgraçado que apareça na TVi, gosto da forma como fomos capazes se organizar o Euro 2004, gosto da forma como produzimos e formamos cientistas brilhantes que depois têm de emigrar para pôr em prática o que aprenderam cá, gosto até da absoluta impunidade que segue a generalizada histeria colectiva em casos de corrupção, fuga ao fisco e a pedofilia (é mentira, disso não consigo gostar, mas já aprendi a suportar)...
Gosto de tudo isto porque faz de nós quem somos, e não conseguiria sentir-me parte de outro país ou outra qualquer comunidade como me sinto destes.
Da minha maneira torta gosto de Portugal e do Tuga.
Gosto de tudo isso, como gosto dos meus amigos, a quem não deixo nunca de dizer as verdades, mesmo que isso signifique se mais cicuta do que mel. Não o faria de forma diferente com o meu país...

Mãe

Já alguma vez se sentiram absolutamente sozinhos na vida e no mundo?

Eu não... Ela estava sempre lá...

terça-feira, maio 03, 2005

Abaixo a socialização matinal forçada !


Embalada pelos dois feriados recentes (25.04 e 01.05), reflecti um bocadinho sobre este curioso mundo da Esquerda, e concluí que, o essencial, mais do que ter verdadeiros ideiais e princípios, é ter "palavras de ordem"... Um qualquer chavão que, ainda que desprovido de senso, se possa berrar na cara do próximo pondo um ponto final em qualquer conversa ou discussão...

Achei, portanto, que era altura de este blog experimentar a técnica aproveitando para estabelecer uma qualquer ligação com a realidade.

"Abaixo a socialização matinal forçada!"

Basta ler (e nem demasiado atentamente) este blog para se perceber que não tenho grande apreço por pessoas em geral... mas a Misantropia agrava-se às primeiras horas da manhã. Coisa que, se analisarmos a fundo a questão, faz todo o sentido:

O portuguesinho adooraaa sair de casa distribuindo estridentes cumprimentos...

O portuguesinho combina esse estridente humor com uma inexplicável falta de banho (coisa que não se percebe, porque a casa de banho fica, normalmente, algures no caminho do quarto para a porta da rua...)

O portuguesinho não dispensa a sua bica no balcão da tasca gordurosa no R/C do prédio, ou perto do emprego, em cuja chávena deposita, religiosamente, a beata do cigarro...

O que raio são aqueles magotes de povo que se acotovela, nas primeiras horas da manhã, em frente às bancas de jornais, tentando ler à borla, e impedindo quem quer, de facto, comprar jornais, de chegar aos ditos?????

O portuguesinho é incapaz de dar respostas inócuas a questões igualmente inócuas, senão vejamos: quando alguém pergunta "Como está(s)?", essa pessoa não quer, repito, NÃO QUER, um relatório cliníco detalhado e escatológico, nem tão pouco uma análise da economia familiar; está, pura e simplesmente, a ser educada, e portanto, ser educado é poupar o interlocutor e responder um inócuo : "Bem e você?"...

Não se pode , de facto, gostar de pessoas, muito menos de manhã...

E não, não me venham com a conversa de que sou assim, por causa dos signos, é outra mania portuguesinha que me deixa em brasa...

Sou assim porque sim, e imagine-se, até há quem goste do estilo...


segunda-feira, maio 02, 2005

Saudades II

Aprendi que, com pessoas como nós, Felicidade não é ter o objecto amado, mas apenas e unicamente, aprender a viver na ausência deste...

A Direita em bom portugês

Dois congressos depois, impera lançar um olhar atento sobre a direita portuguesa, e seus dois maiores partidos, para perceber uma data de coisas (ou pelo menos uma coisa importante):
I- O PPD/PSD
(i) Marques Mendes não é mais do que (outro) líder de recurso. À semelhança de Santana Lopes, aquando das romarias de notáveis do partido a Belém, que imploravam que este fosse aceite para substituir Durão, em nome da estabilidade, também Marques Mendes é agora alvo de consenso no seio do partido.
(ii) Embora Santana tenha sido rapidamente deixado cair pelos que o levaram em ombros para o governo, acredito que o reinado de Marques Mendes dure um pouco mais, quanto mais não seja, porque a posição de líder da oposição nunca será tão apetecível quanto a de Primeiro Ministro.
(iv) Marques Mendes liderará durante quatro anos um partido que o tolera, mas que, de facto, deseja António Borges, que, apoiando o primeiro, lá foi piscando o olho ao eleitorado e às bases, em jeito de antevisão...
II - O CDS
(i) Telmo Correia era o líder natural, no entanto, e porque não se contentou em ser tolerado, ambicionando ser desejado, ficou pelo caminho, face a Ribeiro e Castro, qual fénix renascida .
(ii) Ao contrário do que se possa pensar, isto foi o melhor que poderia ter acontecido a Paulo Portas, senão veja-se: O antigo líder, escusa assim de passar os próximos quatro anos na ingrata missão de conter o seu delfim, cortando-lhe as asas quando este quisesse voar alto demais... Paulo Portas está, mais do que nunca em condições de ser verdadeiramente desejado, aclamado...
III - A Direita
Assim se conclui que o real vencedor dos dois congressos havidos nos maiores partidos da direita portuguesa foi um só: Paulo Portas - que surgirá, dentro de 4 anos, como o ideal unificador de uma direita fragmentada, porque no PSD, Mendes e Borges medirão forças, e no CDS, Ribeiro e Castro já terá arrumado os tarecos e seguido (de vez) para Bruxelas.
Medo, muito medo...

O Casamento do nosso melhor amigo II



Estes esclarecimentos já deviam de ter sido prestados há algum tempo, mas uma infindável panóplia de afazeres não permitiu a diligência desejável e desejada, pelo que, desde já, apresentamos as desculpas da gerência...

Ainda no que respeita ao anterior post "Casamento do nosso melhor amigo", verificaram-se alguns acontecimentos, a que a gerência deste blog é alheia, mas, sobre os quais, se vê forçada a opinar, visto que estes mesmos acontecimentos determinaram que fosse, embora a pedido do autor do mesmo, retirado um comment feito à data.

Posto isto, cabe esclareceu o seguinte:

(i) este, como se disse já, não é um blog para discussão, portanto, quem não gosta do que está escrito, aguente-se;
(ii) O comment em causa foi retirado única e exclusivamente a pedido do autor, facto totalmente alheio à gerência do blog;
(iii) a única censura aceite neste blog é a determinada pela gerência, quem quiser fazer censura que crie um blog só seu e vá censurar lá;
(iv) Por último, quem não quiser ver a sua vida (e atenção, porque nunca foram usados nomes reais, e portanto, qualquer semelhança com a realidade pode muito bem ter sido (ou não) mera coincidência) achincalhada nas páginas de um blog, que tente agir com um pouco mais de dignidade...é bem mais simples do que depois tentar esconder a sujeira debaixo do tapete...

Nada mais a acrescentar a não ser duas notas prévias:

a) Estes factos não consubstanciam matéria subsubível a nenhum dos tipos legais previstos no Código Penal, pelo que podem esquecer ameaçar a gerência com Queixas-crime a afins;
b) Este blog não se encontra no perímetro de supervisão e fiscalização da Inspecção das Actividades Económicas da RAM