Mel Com Cicuta 

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room.

 

William Hazlitt  
      

   

sábado, setembro 30, 2006

Choque tecnológico - decorrências

Ver o nosso passado "a chamar" no visor do telemóvel.

Ele queria saber como deixar de amá-la. Bastava olhá-la com atenção. De perto.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Previsões para os próximos dias

Céu encoberto de nuvens de fastio. Possibilidade de ocorrência de trovoadas secas.

Na jukebox mental


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
Elis Regina - Soneto De Separação A.c Jobim/v. Moraes

Era tão audaz que fugia dos problemas que já tinha, só para poder encontrar outros ainda maiores.

Artes decorativas (2)

A cor preta sugere: silêncio, morte, poder, misérias, maldade, pessimismo, tristeza, negação, dor, opressão, angústia, rock, introspecção e favorece a auto-análise. Quando brilhante, confere nobreza, distinção, elegância, masculinidade.

Associação material: sujeira, sombra, enterro, noite, fumaça, morto, fim, coisas escondidas

Quem não vem cá a casa jantar de certezinha são os senhores da Wikipédia...

Boas vindas

À minha Ithaki de todas as horas. Agora também na Blogosfera.
Politics and prose para consumo diário.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Guia Lonely planet - Território: feminino (2)

A mania insuportável que as mulheres têm de querer ser (as) únicas. De só gostarem das comparações das quais saem a ganhar (e, naturalmente, apenas e se mundo inteiro souber disso). De não quererem ver as suas histórias na mesma estante das outras histórias. De não gostarem de ser ordenadas por cronologia ou alfabeticamente, nem por autor, tema ou sequer idioma.

Memo to self

Antes do derradeiro suspiro, espetar um tabefe ao porteiro lá do prédio. hoje faltou-lhe "um bocadinho assim".

Artes decorativas

Tem uma pessoa de estar sujeita ao olhar reprovador da serviçal de uma loja de tecidos cá do bairro que nos olha como se acabasse de fitar o anti-Cristo porque pedimos damasco de seda preto para fazer a cabeceira de uma cama. Mas desde quando é que a democracia contaminou as opções estéticas?

Coisas que só ele pode dizer

"-É a porra da tua felicidade!"

Conta da farmácia - antidepressivos

Um sobretudo fantástico, umas botas lindissimas com mala a condizer, uma saia bem gira escolhida pelo meu melhor amigo. Um ordenado empatado na nova colecção e continua a apetecer-me gritar.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Sentido, mas proibido

O regresso a uma casa que se conhece

terça-feira, setembro 26, 2006

Às 10 da manhã na balança da farmácia um papelinho anunciava o regresso ao meu peso pré vida sedentária. Resolvi festejar com uma gigantesca fatia de bolo de chocolate cá do bairro. Dizem que é o melhor do mundo. E a vida não me tem oferecido muitos prazeres para poder abdicar deste num dia tão mau. Aliás, o bolo é tão bom que, mesmo que estivesse feliz, o mais certo seria arranjar problemas só para poder continuar a usá-lo como compensação. Ainda bem que não é o caso.

Salto em altura (certa)

Durante muito tempo acreditei na eternidade de algumas amizades. Achei que os laços criados na infância, quando sobrevivendo até a idade adulta, se perpetuariam, numa espécie de prémio de resistência, como as medalhas nas maratonas.
O problema é que a vida, como o atletismo, inclui muito mais disciplinas. E se é certo que, para correr, basta pôr um pé à frente do outro (depressa), para saltar obstáculos, arremessar o martelo e lançar o dardo, é preciso calcular previamente os riscos, gerir esforços, prever a força que se pode e deve (ou não) usar, medir o peso dos corpos, analisar as condições climatéricas, delinear estratégias. Tudo coisas complicadas. Ao alcance de poucos.

Boas notícias

Um programinha chamado Firefox trouxe côr, organização, linques e todas a funcionalidades do Blogger de volta a este Blogue. Está a ficar coisa séria, esta minha relação com o Mac.

Calcanhar de Aquiles

A enxaqueca ou migrânea (do grego antigo ημικρανίον, hêmikraníon, "metado do crâneo") é uma condição clínica configurada por vários graus de dores internas na cabeça. Por vezes uma dor no pescoço ou na zona cervical é também interpretada como enxaqueca. A enxaqueca resulta da pressão exercida por vasos sanguíneos dilatados no tecido nervoso cerebral subjacente.

Podem ter varias causas como: tensão da musculatura do pescoço, ombros, crânio e face, hipertensão arterial, problemas neurológicos, disfunção tempromandibular, depressão, ansiedade, etc. A cefaléia mais comum é a do tipo tensional, causada pela tensão dos músculos do pescoço, crânio, face e retração do diafragma. Os motivos para o início de uma enxaqueca são desconhecidos na generalidade e variam de pessoa para pessoa. Algumas pessoas sofrem de enxaqueca quando estão nervosas, inalam algum cheiro forte, com fome, expostas a tensão, ou desidratadas, noutras a enxaqueca está relacionada com alergias alimentares (ao chocolate, por exemplo).

segunda-feira, setembro 25, 2006

Esta casa tem um novo habitante. É um Macbook e trouxe companhia (um simpático I-pod nano, importado de Bruxelas que vale um agradecimento aos meninos do costume).
A partir de agora tornou-se quase impossível postar a cores, alterar tipos de letra, colocar algumas fotografias, justificar parágrafos ou remeter para outros blogues (bons tempos, esses do livre arbítrio).
A partir de agora aprende-se a viver com as cedências inerentes a uma relação a dois. Estamos em fase de abdicar de outras companhias, de tactear o terreno do Outro.Não se pode dizer que não seja uma boa preparação para os jogos oficiais.

Fim do verão

É postar de pantufas, a ver a chuva que cai lá fora enquanto ferve a água para o Earl Grey French Blue.

Chiado Terrace - Exercício do contraditório

(Um post de resposta dirigido, mas sem linque, porque o novo mac não deixa.)

Não foi o menino o único a não gostar do almoço. O sítio é, de facto, bonito e calmo, mas não aconselhável a quem não padeça de distúrbios alimentares. Dito isto, deixo-lhe a incumbência de escolher o próximo restaurante, desde que tenha em conta os condicionalismos impostos pelo calçado (o meu) e a calçada (portuguesa).

domingo, setembro 24, 2006

A solidão não é tanto uma fatalidade como a mais que provável decorrência de um tipo de normalidade.

In the mood for love




In The Mood For Love
De: Wong Kar-wai
Argumento: Wong Kar-wai
Com: Lai Chen, Maggie Cheung, Rebecca Pan , Tony Leung
Estúdios: Paradis Films
Ano: 2000


Nesta cena, como em muitas outras, de outros filmes e outras vidas, partilham-se afinidades, numa folha de papel.

quinta-feira, setembro 14, 2006



Temos uma natural tendência para contestar aquilo que os outros dizem de nós. Nuns casos porque agressivamente mau noutros porque ilusoriamente bom. Nos primeiros a reacção é sempre mais simples, porque as feridas defensivas não são necessariamente ponderadas ou sequer aceites nas suas consequências, são apenas automatismos. Mas é difícil o elogio auto infligido por omissão. Olha-se sempre com cepticismo para o “espelho meu” quando se teve um espelho mau.

Les Demoiselles D'Avignon, Picasso,1907. MOMA, New York.

Dicionário de sinónimos

Ciclo vicioso/ Circo viciado/ Cerco viciante.

terça-feira, setembro 12, 2006

Nas relações não há causas nem efeitos.
Pois são elas a causa e o efeito de todas as coisas.

Só percebemos que uma porta se fechou quando a ouvimos embater violentamente e o eco se pronuncia pelas entranhas da casa.
E mesmo quando sabemos que está vento, que há janelas abertas, e que a porta irá, inevitavelmente, bater, não deixamos de estremecer de susto e de ter um medo irracional do estrondo.

Guantanamo Bay


Quase 4 anos depois.

Acesso reservado

Já tentei escrever este post pelo menos 6 vezes. O primeiro era sobre condóminos, e o blogger enviou-o para as profundezas do ciberespaço sem bilhete de regresso; depois sobre a nova padaria que descobri lá no bairro e a bateria do portátil foi à vida; outro sobre o senhor Eduardo (o dono da tabacaria da minha rua) e, por capricho da nova placa 3G, não o consegui publicar; e os restantes, sobre o meus estados de alma, sobre relações e afectos, foram certamente censurados pela sensatez das forças do universo.
Conclusão: não vale a pena lutar contra o desconhecido. Declaro interrompida a sessão.

quarta-feira, setembro 06, 2006

É mais ou menos isto, mas em maior.

terça-feira, setembro 05, 2006

Prós e Contras - ontem à noite

Vou deixar a análise das questões jurídicas relevantes para os que, mais entendidos, queiram pronunciar-se sobre a matéria. Para mim o que é realmente intrigante (do ponto de vista formal e substancial) é que o cabelo de Gilberto Madail está, a cada dia, mais aproximado do tom sobre tom (para leigos na matéria, uma técnica de coloração) usado pelo actor Diogo Amaral enquanto personagem principal da Floribela.
Este sim, é o verdadeiro caso Mateus.

Um lugar ao Sol

Tenho a impressão de ter ouvido, transversalmente, ontem à noite, uma notícia que anunciava Paulo Portas e Marcelo Rebelo de Sousa como colunistas do novo Semanário.
Curioso. Ou nem por isso.

Fragilidades da doutrina feminista radical

Quem advoga pela dispensa, em absoluto, a presença dos homens numa casa (e abstemo-nos, aqui, de expor qualquer consideração estética que possa, para o efeito, ter-se por relevante): (i)nunca sentiu na pele o episódio do vestido justo cujo fecho (estrategicamente colocado sob comprimento das costas) encrava, e (ii) tão pouco se viu compelida a dormir com um braço cravejado de pulseiras cujos fechos (temperamentais) desconhecem o conceito de abertura fácil.

Má ideia

Comprar peças de mobília sem entrega ao domícílio ( mesmo que de reduzida dimensão) quando se vai almoçar ao Chiado e os termómetros exibem orgulhosamente a marca dos 38 graus.
O preço do Design ainda se aguenta, agora o peso...

Lanço um sincero e singelo apelo ao demónio que me tem velado o sono (e a falta dele). Quando pegar no serviço logo à noite (admitindo que, no fim de semana, a ausência de deveu ao cumprimento de obrigações familiares) traga uma folha de palmeira ou um leque. Sempre podia cumprir outra função social enquanto me assombra. Trata-se apenas de uma optimização de recursos (humanos e não só): já que não se dorme, sempre se conseguia ler qualquer coisinha com um mínimo de condições. Com esta caloraça nem isso.

sexta-feira, setembro 01, 2006

És um demónio que me vela o sono.

Era tão snob, tão snob, que, no dia em que ele confessou que a tinha traído, ela chamou a criada e ordenou-lhe, num quase murmúrio, que atirasse a jarra de cristal contra o vidro da janela da sala.

Fronteiras (nem por isso) ténues

A diferença entre o eclectismo e consumir "mixórdia de papaia com atum".

Guia lonely planet - território: feminino.

A opacidade não é tanto uma questão de género quanto de espécie. E, dentro da segunda,não é mais do que uma questão de estilo.