Mel Com Cicuta 

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room.

 

William Hazlitt  
      

   

sexta-feira, setembro 30, 2005

Música para os meus olhos

Ontem à noite, mais para combater a inércia do que por real admiração pelo trabalho da artista em causa, juntámos um agradável grupo de quatro pessoas para assistir, no Casino (do) Estoril, ao concerto da Mafalda Veiga. Ao que percebi último de uma série de concertos gratuitos organizados por aquela instituição(!)...
O concerto foi aquilo que se podia esperar dele, morno, às vezes morto, mas com momentos de rara beleza, mais pelas letras do que pela voz ou pela melodia, e sobretudo o retorno a outros tempos na simplicidade com que hoje olhamos ao longe os problemas complicados da adolescência.
Contudo, à parte da música, realmente marcante foi a verificação de que este tipo de acontecimentos é um enorme filão de material para estudo sociológico. A sério que gostava de ter o poder de transformar algumas daquelas pessoas em imans para frigoríco, para poder olhar para elas todos os dias de manhã, e ter um pós despertar um bocadinho mais animado.
Não só havia de tudo num infindável catálogo de humanidade absolutamente deprimente, como era essa mesma humanidade dotada de uma total ausência de noção do espaço e da circunstância.
Não pode haver espectáculos gratuitos sem qualquer outro critério para permissão de entradas... Momentos houve em que a voz da artista ela largamente sobreposta pelo burburinho das conversações sobre a bola, o supermercado, o liceu e o casamento da vizinha.
Espero, ao menos, que o Sr. Hoo tenha podido deduzir aquilo nos impostos...

quinta-feira, setembro 29, 2005

Sangue do meu sangue

*Conversa ao jantar, no reencontro familiar discutia-se a vida:*

Ela - Oh Mãe!... Eu também não tenho assim tão mau feito...é só de manhã...

Mãe - Claro que não querida...toma...(e passa-lhe um pos-it onde acabou de escrevinhar uns números)

Ela (depois de ler o papel) - Para que quero o meu número de telefone?

Mãe - Para TE telefonares, um dia destes, querida... e perceberes...

quarta-feira, setembro 28, 2005

Hoje acordei...

*Blergh*

terça-feira, setembro 27, 2005

Post que pelo menos um dos leitores perceberá

Autora: Maria Alice Estrella (o google tem recursos infindos...)

A graça de algumas palavras só faz sentido quando acompanhada da originalidade, ou da citação devida, caso contrário perde-se na pequenez de se ter roubado pensamentos que não são nossos....

Afectos

Homens e mulheres são, realmente espelhos de sentimentos. Uma mesma realidade origina construções tão distintas, que o encontro de vontades se torna não apenas quase-impossível, mas sobretudo exasperante na tentativa.
As mulheres sentem uma incontrolável (e desesperada) necessidade de reconduzir tudo a afectos.
Os homens sentem necessidade de reconduzir tudo o que são afectos a outra coisa que lhes interesse mais.
As mulheres acham que tudo o que se demonstra numa relação a dois decorre de afectos.
Os homens acham que, se demonstram afecto numa relação, tem necessariamente que decorrer dali alguma coisa que valha a pena.
Conclusão: As mulheres são, por definição, seres afectados. Os homens não se deixam afectar por isso...

segunda-feira, setembro 26, 2005

Vida real em tempos de guerra

(...)
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.


Fernando Pessoa, 1913

Dizeres para Soares

Life is hard... and then You run for president...

Ai a logística....

Quem partilha este meu cantinho de mundo, conhece a minha visão sobre as relações entre homens e mulheres e as minhas expectativas (ou a ausência delas) no que a tal matéria diga respeito...
Contudo, e apesar de cada vez mais me convencer da total necessidade do meu cinicmo caústico para sobreviver ao sexo oposto nos dias de hoje, um pequeno espisódio doméstico recordou-me a real utilidade de alguns homens, e bem assim, da facilidade de substituí-los.
1) Sexta-feira à noite, vontade de sair de casa zero, Dvd d' "O Sexo e a Cidade" - complete first season, ali, por estrear... Ponho o disco no aparelho de DVD, carrego no comando...morto! Não eram as pilhas, e nem mau contacto (coisa que confirmei atirando-o ao chão várias vezes, não fosse estar só a precisar de uns abanos...), as pilhas tinham oxidado e o dito comando foi à vida. A menos que quisesse ver a série em dinamarquês e sem legendas, tinha de fazer alguma coisa.
2) Arrasto-me até a grande superfície mais próxima, na esperança de resolver o meu serão adquirindo um "comando universal". Regresso a casa, o comando novo não funciona naquele aparelho, embora as instruções o dêm por indicado para a marca em causa. Volto à grande superfíce, simpaticamente me trocam aquele por outro comando, enquanto me dizem, com ar de pena "É ir tentando, até que um funcione..."
3) Ao quinto comando impotente, tive um ataque de fúria, dirigi-me à grande superfície, já em desespero , blasfemando, rosnando impropérios ao mundo em geral, espumando e com os olhos raiados de sangue, resolvi, finalmente o meu problema: Comprei um novo aparelho de DVD, e vim para casa toda contente.
Eu costumava achar que precisava de encontrar um homem que me ajudasse a lidar com estes problemas de logística, mas porquê maçar-me, se o futuro aceita VISA ?

Retrato em Branco e Preto

Já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho e sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior, o que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto, evito tanto
E que no entanto volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo feito um tolo, procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras, versos, cartas
Minha cara, ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado, eu trago o peito tão marcado
Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

Tom Jobim e Chico Buarque

sábado, setembro 24, 2005

Slogan autárquico... o seu a seu dono

Um jardim para cada bairro...

Uma sopeira para cada suburbano...

Sorte ao Jogo...

A julgar pelo MEU início de temporada... O Benfica vai ser campeão este ano!!!

sexta-feira, setembro 23, 2005

Santa Fátima (ou Santa Paciência)...

Durante o habitual zapping nocturno vislumbrei Fátima Felgueiras num debate televisivo esgrimindo pela sua honra.
Prisão preventiva, nem vê-la!... Aparentemente, depois de dois anos no calçadão a senhora fartou-se de àgua de côco e portanto não há perigo de fuga...
Não somos um país de brandos costumes, somos é o país do bando do costume...!


Passeando pelas ruas de Amesterdão, observando pais que levavam, nas bicicletas, crianças sorridentes, repensei a minha posição aobre a maternidade.

Deambulando pela minha rua, a caminho do escritório, pela manhã, a minha posição sobre a maternidade voltou ao patamar pré-Amesterdão.


As crianças portuguesas guincham...e quase que nem era dia ainda...

Credo... alguém me dá um antídoto para o efeito que a vida tem sobre nós?

O mundo é mais feio pela manhã.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Hoje sou um Danone emocional... e sem pedaços...

quarta-feira, setembro 21, 2005

Passei tempos infindos a lutar para me manter à tona, tentando evitar que me deixasses afundar, aprendendo a respirar e sobreviver de pequenos fôlegos.
Agora, que contemplo, sem esforço, a superfície, e nada me atrai para o fundo, tenho medo de já não saber respirar... Não vá o ar que nunca experimentei sem aflição fazer-me mal...
É este o bem que me fazes... Aprender a sobreviver em condições extremas e tornar-me perfeitamente incapaz de viver a normalidade dos seres.

A ferro e fogo

As pessoas que realmente importam são assim, como ferro em brasa... deixam marcas para a vida.
Só não percebi ainda se isso é bom ou apenas inevitável.


Descobri que não sei ser feliz... Sou demasiado prática...

terça-feira, setembro 20, 2005

Humanidades II

As coisas felizes distraem-nos, mas só as tristes nos inspiram verdadeiramente...

Humanidades

Vivemos anos a acreditar em verdades que só nós conhecemos, tendo-as por incontornáveis, ainda que não as querendo.
Assim foi comigo até perceber que a normalidade nos afectos não passa nunca por interpretá-los para conseguirmos vivê-los. Quando têm de ser moldados, aconchegados, espremidos ou esticados é porque não existem na medida em que deviam, e não podem nem devem ser vividos.
Viver afectos que não são criados para nós é como calçar sapatos um tamanho abaixo: podem ser lindos, dar pouco trabalho, causar inveja em quem passa, mas ao fim de algum tempo tornam-se tão incómodos que só nos queremos livrar deles em troca de um par de confortáveis pantufas emocionais.
Devia haver alfaiates de afectos, que os fizessem á medida...

segunda-feira, setembro 19, 2005

Frases que passaram a fazer todo o sentido depois deste fim de semana III

Qualquer frase em holandês desde que inscrita numa placa, outdoor, transporte público...
Tudo menos menus de restaurante, claro está...

Frases que passaram a fazer todo o sentido depois deste fim de semana II

Enfim Nós (!) ...

Frases que passaram a fazer todo o sentido depois deste fim de semana I

Eu é mais bolos...

terça-feira, setembro 13, 2005


Ele: - Andas a evitar-me?

Ela: - Não! Ando só a fazer o inevitável...

segunda-feira, setembro 05, 2005

"Pior a amêndoa do que o cimento"

Não há nada a fazer....Neste blog padece-se de saúde precária.
No entanto, o mais grave é que ninguém explica, nos cursos de medicina um conceito bastante interessante que se aprende muito cedo nas faculdades de Direito, v.g. "Ponderação de Valores".
Para curar uma simples faringite passei 6 dias sob o efeito de um antibiótico interesantíssimo cujo folheto nos informa dos seguintes efeitos secundários (entre muitos outros):
"(...) tonturas, vertigens, ansiedade, insónias, pesadelos, zumbidos, confusão, desorientação, alucinações, psicose e despersonalização."
(i)De repente, deixou de me parecer estranho ter um elefente cor-de-rosa anão estacionado há 3 dias no tecto da minha sala....
(ii) pelo menos passei uns dias em que tinha desculpa para me sentir perdida na minha pele e no mundo em geral...
Se e quando eu quiser consumir LSD, posso, ao menos, escolher o dia???? humpf....

José Castelo Branco apoia Soares

Cavaco Silva e todos os que pretendem vê-lo em Belém respiram de alívio...

sexta-feira, setembro 02, 2005


Acabou-se o tempo doce das cerejas...

Até da mula do senhor António eu já tenho saudades...

Este blog está oficialmente deprimido!

quinta-feira, setembro 01, 2005

Na sequência do post anterior, este blog aguarda ansiosamente notícias (e garante, desde já, incondicional apoio) a uma eventual candidatura, ao que quer que seja, por Jimmy Choo ou Manolo Blanik...

Ah... o tamanho é 34, sim?

As Autárquicas são quando "o homem" quiser...

Lisboa, 1 de Setembro de 2005
Querido Senhor Major Valentim,
Gosto muito de o ver trabalhar... Acho mesmo que homens assim fazem muita falta neste país de engomadinhos... a política não é para meninas, e o que o povo quer é ver resolvidos os seus problemas.
Outro dia estava a ver a entrevista do Senhor Major na SIC Notícias, e estava o Senhor Major a preparar-se (e bem) para começar a insultar o palerma do jornalista quando a minha máquina de lavar explodiu... Fiquei muito triste....
Não apenas porque há 15 dias que tenho de ir lavar roupa a casa de um vizinho ( que ainda por cima é de esquerda), mas sobretudo porque não ouvi o resto da sua (com toda a certeza iluminada) intervenção.
Caso lhe ocorra alguma forma simpática para ajudar-me a solucionar o meu problema, a minha morada segue em anexo, e é só avisar das eventuais horas para entrega e instalação....
E ainda há quem perca tempo a escrever para o Pai Natal... tss, tss...