Mel Com Cicuta 

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room.

 

William Hazlitt  
      

   

quarta-feira, junho 29, 2005

Viver num tradicional bairro alfacinha é

Ouvir um "Bom dia, Menina...!" cantado, logo pela manhã...

segunda-feira, junho 27, 2005

Saudades VI

Juro que adormeci ao teu lado, mesmo estando tu tão longe...

Saudades V

Passei a nossa vida a dizer-te que não convivia bem com o facto de nunca estares lá para mim.
E o que fazer, agora que estiveste, e isso deixou de ser desculpa?...

quarta-feira, junho 22, 2005

Saudades IV

De me deixar afundar no teu sorriso e afogar na gargalhada das nossas cumplicidades...

sexta-feira, junho 17, 2005

Humanidades

Descobri uma coisa sobre mim, sobre a minha posição no mundo, e o lugar que ocupo na Humanidade:
Não me irritam as pessoas limitadas mas sim aquelas que não têm a mínima noção das suas limitações.
Vivo bem convivendo com tolos, desde que não estejam sobranceiramente convencidos de que são seres iluminados. Não há nada mais deprimente e constrangedor no âmbito da intelectualidade (para os interlocutores, não para o parvo, que, naturalmente não tem noção) do que um absoluto idiota armado em esperto...
Conheci recentemente um homem assim. A vida (entenda-se, uma família bem colocada) proporcionou-lhe um bom emprego, a fatalidade proporcionou-lhe uma família, o destino atravessou-lhe à frente alguns amigos, e este homem acredita, genuinamente, que tudo isto são feitos de que pode e deve orgulhar-se... Acho mesmo que nunca leu um livro, e tem alguma dificuldade em matéria de ortografia, que vai desculpando com a necessidade da fazer "várias coisas ao mesmo tempo" e "escrever depressa".
Admiro as pessoas que admitem que não gostavam de estudar e por isso seguiram percursos alternativos, que vivem vidas à margem de coisas sem as quais eu não vivo e me são essenciais, porque, pura e simplesmesmente não lhe foi incutida essa necessidade, ou a vida fez com que a perdessem. Mas não admiro patos-bravos tão estupidamente obcecados pelo próprio umbigo que não se apercebem que o mundo (que não gira em torno deles) é composto de uma imensidão de coisas e obras de outros seres que este tipo de homens (e mulheres) devia, ao menos, ter a humildade de querer conhecer, ou então a humildade de admitir que sabe viver sem elas por não as entender...
Não é uma manifestação de snobismo intelectual, isto que vos escrevo.. é apenas um desabafo de alguém que está inegável e transbordantemente farta de idiotas cheios de si....

quinta-feira, junho 16, 2005

Arrastão

Voltámos aos "doces" tempos da velha senhora...
Se, antes de Abril de 74, mais do que cinco na rua, eram uma conspiração, nos dias que correm, trata-se, sem sombra para dúvidas, de um Arrastão...

A luta continua?

Morreu Álvaro Cunhal, e quem viveu e vive neste século não fica, concerteza indiferente à sua personalidade.
Não pode, no entanto, deixar de me irritar que a Esquerda chame a si, única e exclusivamente, os louros (ou, neste caso, os cravos) da revolução de Abril, como se a Direita (toda ela), à data, se tivesse limitado a olhar para o lado e assobiar para o ar...
Entristece-me este reescrever da história que se faz à laia de homenagem póstuma...
Alguém ainda se lembra que, independenetemente do mérito na luta contra a ditadura, o Dr. Álvaro Cunhal teria sido, se os sóviéticos o tivessem apoiado no plano megalómano, o grande pai de uma segunda ditadura, deste feita a de Esquerda?
Que a sua alma descanse em paz, mas convicta de que não é a única a merecer as almofadas de seda do paraíso...

segunda-feira, junho 06, 2005

Relações Sociais (e não só)...

Começo a achar que não é de pessoas que não gosto, mas das relações que algum tipo de pessoas insiste em estabelecer entre si (e mim) .
Não tenho paciência para as chamadas relações sociais, para aquelas que não têm por base exclusiva a sincera ligação e admiração afectivo-intelectual, ou, numa visão apriorística, a mera e inexplicável empatia entre duas criaturas.
Há já algum tempo tinha reduzido consideravelmente a minha lista de eventos "to attend to" em nome da mais absoluta coerência com tudo isto, mas, como qualquer boa intenção, acabou por ser corrompida, em nome do eterno "fica mal não ires"...
Depois de um acontecimento recente, percebi que não vale a pena ser fiel senão aos meus princípios, e neles, às relações emocionais e afectivas que queira mesmo manter.
Amizades daquelas que não valem a pena, são como moedas de cêntimo: desaparecem nas alturas em que mais precisamos delas, no mais das alturas só fazem peso na carteira, e sobretudo, perdem-se sem nunca se saber porquê e aparecem, pela calada, nos momentos mais inconvenientes...Ah, e quando estamos perto de perdê-las, acham sempre que temos de nos baixar para apanhá-las...
Decidi acabar com os fretes... é que tenho problemas de coluna e não me consigo baixar...

quarta-feira, junho 01, 2005

Mais Pessoa, mais de mim, mais do mesmo...

Outros terão
Um lar, quem saiba, amor, paz, um amigo.
A inteira, negra e fria solidão
Está comigo.

A outros talvez
Há alguma coisa quente, igual, afim
No mundo real.
Não chega nunca a vez
Para mim.

"Que importa?"
Digo, mas só Deus sabe que o não creio.
Nem um casual mendigo à minha porta
Sentar-se veio.

"Quem tem de ser?"
Não sofre menos quem o reconhece.
Sofre quem finge desprezar sofrer
Pois não esquece.

Isto até quando?
Só tenho por consolação
Que os olhos se me vão acostumando
À escuridão.

Fernando Pessoa, 13-1-1920.

Sexo e a cidade Lição n.º 5

Para os interessados (e eu consigo imaginar pelo menos 3 meninos, os do costume...), informo que o episódio do vestido de ganga que quase me impediu de comparecer ao aniversário de um amigo, tornou a repetir-se, deste vez num estabelecimento comercial na baixa pombalina...

Ando mesmo a equacionar a possibilidade de vender os direitos de transmissão a um qualquer canal de televisão, tendo em conta a qualidade do "enterteinment" proporcionado pelo momento...