Descobri uma coisa sobre mim, sobre a minha posição no mundo, e o lugar que ocupo na Humanidade:
Não me irritam as pessoas limitadas mas sim aquelas que não têm a mínima noção das suas limitações.
Vivo bem convivendo com tolos, desde que não estejam sobranceiramente convencidos de que são seres iluminados. Não há nada mais deprimente e constrangedor no âmbito da intelectualidade (para os interlocutores, não para o parvo, que, naturalmente não tem noção) do que um absoluto idiota armado em esperto...
Conheci recentemente um homem assim. A vida (entenda-se, uma família bem colocada) proporcionou-lhe um bom emprego, a fatalidade proporcionou-lhe uma família, o destino atravessou-lhe à frente alguns amigos, e este homem acredita, genuinamente, que tudo isto são feitos de que pode e deve orgulhar-se... Acho mesmo que nunca leu um livro, e tem alguma dificuldade em matéria de ortografia, que vai desculpando com a necessidade da fazer "várias coisas ao mesmo tempo" e "escrever depressa".
Admiro as pessoas que admitem que não gostavam de estudar e por isso seguiram percursos alternativos, que vivem vidas à margem de coisas sem as quais eu não vivo e me são essenciais, porque, pura e simplesmesmente não lhe foi incutida essa necessidade, ou a vida fez com que a perdessem. Mas não admiro patos-bravos tão estupidamente obcecados pelo próprio umbigo que não se apercebem que o mundo (que não gira em torno deles) é composto de uma imensidão de coisas e obras de outros seres que este tipo de homens (e mulheres) devia, ao menos, ter a humildade de querer conhecer, ou então a humildade de admitir que sabe viver sem elas por não as entender...
Não é uma manifestação de snobismo intelectual, isto que vos escrevo.. é apenas um desabafo de alguém que está inegável e transbordantemente farta de idiotas cheios de si....
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