Mel Com Cicuta 

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room.

 

William Hazlitt  
      

   

sexta-feira, abril 28, 2006

É já amanhã


Posso pedir músicas?

I Don't know what I can save you from...

Planos para este fim de semana

Memo to Myself

É escusado discutir com o empregado da loja, visivelmente mais feminino do que eu, porque é que o vestido vermelho que estou a experimentar, apesar de lindíssimo, me parece manifestamente exagerado para uma noite comum de primavera.

A propósito de "Cinema" fez-se música a sério. Sem fitas.


*Fotografia roubada daqui, (com um especial agradecimento e um beijo).

quinta-feira, abril 27, 2006

Horário nobre confessional ou Momento-telenovela-Tvi-do-dia

Será laura que aquele amor que vives alguma vez te deu um momento assim?
Será que alguma vez alguma de nós o irá sentir?
Mas será tambem que a dita senhora alguma vez sentiu esse amor?
Sera que não nos apercebemos das coisas só depois de as perdermos?

Em resposta à minha amiga Mariana:

(i) Não se chama amor àquilo que eu vou vivendo. Chama-se Efeito Emocional Adverso (EEA), ou seja, a sobrevivência às repercussões externas das modificações resultantes da alteração de estado de alma causadas por ELE, que tenham efeitos negativos significativos na composição, resistência ou produtividade dos meus momentos de felicidade e/ou no funcionamento dos sistemas psico-sociais onde me movimento e/ou ainda sobre a minha saúde e o meu bem-estar. E sim, o EEA já me deu momentos em que genuinamente achei que ia sufocar de tanta felicidade, como se ela não coubesse neste espaço pequeno e empoeirado que são as minhas catacumbas sentimentais.
(ii) Não podemos ter sentido o mesmo que aquele homem enquanto não partilharmos uma vida com o outro. Não me refiro a momentos, mas a todos os momentos. E mesmo assim, pode nunca ser esse o efeito que a partilha venha a ter em nós.
(iii) Não sei se esta mulher sentiu o mesmo que ele, como muitos de nós nunca saberemos se fomos verdadeiramente retribuídos na real e absoluta dimensão dos nosso sentimentos. Mas, de facto, a ideia de que um homem que passou a vida ao lado dela a recorda desta maneira, é, no mínimo, uma boa razão para não nos contentarmos com a mediocridade nas relações. O amor não é, nem pode ser, um monovolume ou um utilitário citadino de baixo consumo. A amor só vale a pena se atingir as velocidades e elegância de um desportivo de grande porte com linhas arrojadas e que consuma muitos e muitos litros a cada 100 km (mesmo que de sangue suor e lágrimas)...
(iv) Não, eu, pelo menos, tenho noção de que me apercebi das coisas muito antes de as sequer ter tido, e talvez por isso elas não tenham realmente chegado a ser minhas. A verdade e a imagem crua do outro, sem artifícios, pode ser, no amor, mais castradora do que a traição ou défice de sentimentos quando bem disfarçados.

Receita para afastar os fantasmas do costume.


Junte duas das pessoas que realmente interessam e almoçe com elas AQUI, num dia como este.
Obrigada meninos!

Na minha jukebox mental há uma semana

The Weight of My Words

There are very many things
I would like to say to you, but
I've lost my way and
I've lost my words.
There are very many places
I would like to go, but
I can't find the key to open my door.
The weight of my words
you can't feel it anymore. (...)

The Kings of Convenience

quarta-feira, abril 26, 2006

Não sei se é mel ou cicuta. Só que é verdade.

"Confessional

Só o possível é confessional. O impossível é (talvez) literatura."

Retirado daqui.

Mel com Cicuta aconselha

Ordem e Progresso, já arrumado nos favoritos.

Agradecimentos e Boa vizinhança

A wasted blues pela simpática referência. Sinta-se em casa. Nos dias bons servimos chá (com mel).

O comentário Subsequente

No Sábado passado, Afonso Pais apresentou, na Culturgest, o seu mais recente trabalho intitulado "Subsequências". E levou-nos Edu Lobo. E um admirável grupo de músicos.
No sábado passado confirmaram-me que o jazz português está de boa saúde, que Afonso Pais é um músico jovem mas muito maduro na reprodução do seu inquestionável talento, que Edu Lobo será, sempre, uma lenda de voz cristalina e que Carlos Barreto é o melhor contrabaixista português da actualidade.
Para recordar e ouvir, todos eles, muitas vezes.

Fundo de investimento mobiliário: Perfil do investidor - agressivo


Yves Saint Laurent Collection PRINTEMPS/ETE 2006

Paredes Meias

Coisa estranha, acordar com o estridente despertador do vizinho de cima, uma hora e meia antes do desejável...

Início da época balnear

Ou como é bom apanhar sol o dia inteiro mas manter na cama um edredon de penas.

A quem possa interessar

Tenho reservado, até ao fim do dia de hoje, um bilhete extra para o concerto dos the Kings Of Convenience.
Fico a aguardar indicações.

Coisas que a esquerda não sabia sobre o 25 de Abril

Não é necessário trazer um cravo na lapela para se ter preocupações sociais. Muito menos quando se é Presidente da República.

Gosto que me olhem nos olhos, não gosto que me falem ao ouvido.

segunda-feira, abril 24, 2006

Coisas boas de um Domingo de sol

Poder transferir o escritório doméstico para o Jardim da Estrela.

domingo, abril 23, 2006

Mimos para o paladar


Na charcutaria MOY, ao Prícipe Real. Num solitário passeio de domingo encontrei os meus chás preferidos e o chocolate ideal para o bolo do costume.
Mesmo que não queira comprar nada, vale a pena ir para ver. É como entrar numa biblioteca de sabores.

sábado, abril 22, 2006

Pontos de vista


Fui convidada por um amigo, tardei a vencer a preguiça de fim de semana e levava muito poucas expectativas para o concerto dos THE GIFT. Confesso, culpa do preconceito musical com que encaro grande parte deste tipo de bandas.
Este concerto foi uma absoluta surpresa de vários pontos de vista. Se não tinha quaisquer dúvidas quanto à fabulosa voz de Sónia Tavares, que confirmou as minhas suspeitas de ser uma fabulosa mulher em palco, as sonoridades ousadas, os músicos talentosos e uma produção de palco muito bem conseguida completaram o conjunto de ingredientes para duas horas e meia de indiscutível qualidade musical.
Ah, e a participação especial do Rodrigo Leão. De quem gostamos tanto.

O desafio do homem contemporâneo ou "o que as mulheres querem"

Mão de ferro em luva de veludo.

Mau feitio

Será vício de forma ou será que o vício deforma?

sexta-feira, abril 21, 2006

Há dias assim

O meu corpo e a parte racional do meu cérebro exercem, sentados numa secretária, a actividade que noutros dias que não este, me deixa realizada enquanto ser pensante.
A parte etérea e "gostante" de mim, saíu de casa ao mesmo tempo que eu, e abandonou-me para visitar os meus locais preferidos. Já me mandou mensagens, em forma de curtas memórias, de um fim de tarde na minha praia, de um outro no teatro, de um passeio debaixo de chuva torrencial, de um pequeno-almoço em Amesterdão, de um bolo de chocolate que fiz, de uma tarde de sol e muito frio no Guincho, de dois concertos de que gostei particularmente, do cão do Goya que está no Prado, de um festival de Jazz no jardim da minha infância, de umas sandálias douradas, de um canteiro cheio de amores-perfeitos que vi em Braga, do sorriso de um velho de quem gosto muito, das minhas sapatilhas de ballet que não tornei a calçar, daquele gelado de violeta que comi em Madrid, das bailarinas do Degas, de um amigo de quem tenho saudades e que não tornarei a ver, de outro amigo de quem tenho saudades e que espero rever em breve, de um restaurante na Madeira onde me fazem os mimos todos, da areia, do mar e das sestas no Porto Santo, das minhas havaianas...

Carne fraca, coração de pedra, vontade de ferro.

No mesmo dia deixei de fumar e apaguei da minha vida todas as materializações da memória de Nós.

A única reincidência que me permito será a de um cigarro.

Um filme fantástico, uma banda sonora extraordinária.


Com um especial agradecimento ao BGB Kid.

O meu herói de todos os dias.



(tem de se clicar na imagem para conseguir ler).

Não sei se gostei deste Post

Gosto de orangettes, não gosto de chocolate branco;
Gosto de dormir na praia ao fim da tarde, não gosto de dormir acompanhada;
Gosto de Jazz à antiga e de Bossa-nova, não gosto do chamado Smooth-Jazz nem de Rock;
Gosto dos fins de tarde, não gosto das manhãs;
Gosto de sapatos, não gosto de fatos;
Gosto do Porto Santo e do Alentejo, não gosto do Algarve;
Gosto do Jardim da Estrela, não gosto de já não ter jardim;
Gosto de cães grandes, não gosto de cães pequenos nem de gatos;
Gosto de férias na cidade e na praia, não gosto de férias na montanha;
Gosto do silêncio, não gosto do eco;
Gosto do Guincho, não gosto de Carcavelos;
Gosto do Chiado e do Principe Real, já não gosto tanto do Bairro Alto como dantes;
Gosto do Eça, não gosto do Saramago;
Gosto do Pessoa, não gosto de algumas pessoas;
Gosto da Direita Conservadora ou Liberal, não gosto da "Esquerda-caviar";
Gosto de Whisky velho e vinho tinto, não gosto de vinho branco ou bebidas doces;
Gosto do mar, não gosto de nadar nos rios;
Gosto de sal, não gosto de pimenta;
Gosto de amores-perfeitos, não gosto de rosas;
Gosto de peixe cru; não gosto de peixe cozido;
Gosto mais das igrejas antigas do que das contemporâneas;
Gosto mais de livros do que de cinema;
Gosto mais de velhos do que de crianças;
Gosto mais de cerejas do que de morangos;
Gosto mais do que ouço do que do que vejo.

Este blog está oficialmente deprimido

Reacção à simulação informática do IRS.

Tschhhhhhhhhh....Oi?...Grumpf...Argh...Autch!... puf puf cof cof clip clip CABUM !"%&(&!%#/()#)&$ Gggggh-raisparta! (suspiro)

quinta-feira, abril 20, 2006

Eu hoje acordei assim

Ida e volta

Agora a solo, mas com a qualidade de sempre, Paulo Pinto Mascarenhas, no ABC.

A primeira notícia da manhã

Rotina matinal, o despertador começa a cantar notícias à hora certa, enquanto eu luto para me arrastar para fora da cama e ponho a ferver a água para o chá preto bem forte.
"A economia portuguesa ocupa o último lugar no ranking das economias desenvolvidas".
Foi uma absoluta surpresa. Não fazia ideia que a nossa economia ainda integrasse as ditas "desenvolvidas".

Coisas que deviam ser proibidas

Afixar os pratos do dia, em letras garrafais, nos passeios à porta dos restaurantes, antes das 12:00. (Não imaginam o efeito de imaginar o leitão assado, os lombinhos-não sei-de-quê e mais o bacalhau com natas quando ainda nem se conseguiu ingerir o pequeno almoço).
Expressar qualquer manifestação de humanidade nas áeras comuns dos prédios antes das 11 da manhã.
Atravancar os passeios para ler, à borla, os jornais que estão nas bancas. A ideia é comprar, seguir, e ler o jornal num café ou já no local de trabalho.
Gritar, grasnar, ganir, queixar-se, lamentar o estado do país ou do mundo ou proceder a qualquer outra manifestação de pesar antes das 11:00.
Gritar, exultar, rejubilar, dar graças por estar vivo, cantarolar ou materializar qualquer outra manifestação de felicidade antes do almoço.
Descrever doenças de forma escatológica ou apenas vagamente gráfica a qualquer hora do dia.
Presumir que eu me interesso pelo percurso de aprendizagem enquanto ser humano das crianças dos outros em qualquer hora do dia ou da noite.
Queiram, por favor, levar isto em conta se e quando a vida vos obrigar a cruzar o meu caminho.
Obrigada.

quarta-feira, abril 19, 2006

"Je suis un soir d' été" e você?

Ao folhear uma revista feminina deparei-me com a seguinte questão: Se tivesse se escolher uma altura do dia para definir a sua personalidade você seria manhã dia ou noite?
A resposta estava ali, naquele preciso momento na voz do eterno Jacques Brel:

"(...) Je suis un soir d'été
Aux terrasses brouillées
Quelques buveurs humides
Parlent de haridelles
Et de vieilles perfides
C'est l'heure où les bretelles
Soutiennent le présent
Des passants répandus
Et des alcoolisants (...)

(...) Je suis un soir d'été
Aux fontaines les vieux
Bardés de références
Rebroussent leur enfance
A petits pas pluvieux
Ils rient de toute une dent
Pour croquer le silence
Autour des filles qui dansent
A la mort d'un printemps

Je suis un soir d'été
La chaleur se vertèbre
Il fleuve des ivresses
L'été a ses grand-messes
Et la nuit les célèbre
La ville aux quatre vents
Clignote le remords
Inutile et passant
De n'être pas un port."

Este blog espera ansiosamente a chegada do tempo doce das cerejas.

Há algum tempo entrei numa Loja do Cidadão para renovar o Bilhete de Identidade. A fila era imensa. Dirigi-me à maquineta que cospe senhas e percebi que à minha frente havia 76 pessoas. Estava muito calor naquela cave adaptada ao serviço público.
Só nos primeiros 15 minutos atendi cerca de 10 telefonemas, e ainda consegui discutir o clausulado de um contrato que estava em negociação, enquanto tentava equilibrar o telemóvel, a mala e a documentação que deveria servir de base à conversa telefónica. Quando acabaram as conversas fui sentar-me no lugar que uma velhota tinha acabo de desocupar.
Ao meu lado um Senhor com mais ou menos 75 anos. Olhou para mim e sorriu, e eu sorri de volta. O telefone voltou a tocar. No escritório, probelmas de última hora reclamavam um regresso em marcha de urgência. Como não podia desistir do BI, tentei suprir a falta da presença física com mais 4956 telefonemas. Ao fim de 10 minutos de total alucinação o tal velhote dirigiu-se a mim:
-A menina quer trocar a sua senha comigo? eu sou já dois números a seguir a este.
Nem quis acreditar que, nos dias de hoje, alguém se predispusesse a esperar mais de 3 horas para facilitar a vida a outra pessoa. Agradeci imenso mas disse-lhe que era um disparate, que ele ia esperar imenso por minha causa, que estava calor ali e que não havia razão nenhuma para me deixar passar à frente.
A resposta esmagou-me:
- A menina está com um ar muito aflito e aterefado, e vê-se que não lhe dá jeito nenhum estar aqui a perder tempo. Eu não tenho nada que fazer quando sair daqui. A minha mulher morreu há uma semana, por isso venho alterar o meu estado civil no BI. Desde que ela se foi deixei de ter vontade de ir para casa e deixei de ter com quem ir para outros lados. Pelo menos aqui vou vendo passar a vida das outras pessoas enquanto espero que me levem para junto da minha que já passou.
Mesmo sem acreditar no amor incondicional, não consegui conter as lágrimas que me inundavam os olhos. Esta foi a declaração de amor mais bonita que já vi fazer. Afinal, o que é amar senão precisar do outro para encontrar o caminho, qualquer que seja?... Depois deste simpático velho que me poupou 3 horas num dia infernal decidi que não quero do amor nada menos que isto: alguém que encontre em Nós mais vontade de viver a sua vida.

Mel com Cicuta recomenda



Tenho muitos "amores" no Jazz (o Contrabaixo e o Piano são os maiores, e depois todos os brilhantes fazedores de notas...).

E alguns ódios também (o jazz frígido de Diana Krall, o cantarolar tépido e insosso de Jacinta..).

Enquanto tento compilar uma lista com os 20 melhores trabalhos de sempre, tarefa hercúlea, já que a lista, em constante mutação há mais de um ano, não tem passado de um projecto em eterna construção, deixo-vos aquele que é, para mim, um dos mehores trabalhos desta década.

Longe do sangue quente do Jazz latino-americano e do singular swing da vertente afro-americana, surge Brad Mehldau. Uma inexplicável simbiose entre o mais puro Jazz com alguns temas de Rock que o compositor e intérprete reinventa a cada momento. Vaja-se o extraordinário trabalho que tem feito com alguns temas dos Radiohead cujos originais, até agora, me tinham, inevitavelmente, passado ao lado.

Este Live in Tokio é um fiel depositário do imenso talento deste que é um dos melhores pianistas do jazz na actualidade.

terça-feira, abril 18, 2006

Coisas que são verdade mas que nos esforçamos por não ver

Failure is always the best way to learn,
retracing your steps 'til you know,
have no fear your wounds will heal.

in "Failure"
The Kings of Convenience

Coisas que nunca pensei vir a fazer numa hora de almoço

Comprar roupas de bebé.

Subsequências - Culturgest - 22 de Abril

E tenho um bilhete a mais.
Interessados queiram dirigir-se ao guichet dos comentários, por favor .

Subsequências - Culturgest - Sábado, 22 de Abril.

Pois eu lá estarei, para ouvir Músicos de talento.

segunda-feira, abril 17, 2006

Porque eu não consigo passar um dia sem os ouvir

Pode fazer-se Download de Gigs e é, provavelmente, o site mais útil na minha conturbada existência a seguir ao Google.

Para verdadeiros apreciadores dos The Kings of Convenience .

Reencontros

A medo forço os dois pés. A água está gelada. Mais por missão do que por coragem mantenho o passo firme e abstraio do frio incómodo.
Depois de mergulhar, um silêncio feito de fundo do mar, que afasta de nós os ecos de humanidade da praia. Era capaz de viver naquele silêncio.
Todos os anos por esta altura lembro-me de como é bom estarmos vivos.
É o efeito do cheiro do mar seco na pele.

Opinem por favor

Será que, no amor, é mais verdade que "os opostos se atraem" ou que "não se ama quem não ouve a mesma canção"?

Os homens bons medem-se pela forma como tratam os seus iguais, e não os que julgam superiores a si.
Já os homens extraordinários vêem-se pela forma como tratam os que lhes são, de facto, inferiores.

Cair...
Antes em tentação do que no ridículo.

Viver...
Antes na esperança do que na ilusão.

Portugal profundo ou igualdade de direitos

Numa esplanada de praia o casal português médio.
Ela, imperturbável, lê a bola.
Ele, resignado, folheia a TV7 dias.
Assim vão as glórias do mundo de expressão portuguesa.

sábado, abril 15, 2006

Há um ano que se destila Mel com Cicuta na blogosfera.

sexta-feira, abril 14, 2006

Ouvir Satie à beira da ravina faz destas coisas...

Olhe-se um Rodin, perfeito na sua beleza marmórea.
Assim são as relações entre os homens. Até que se quebram, por esta ou outra razão.
E que ridículo seria tentar colar um Rodin feito em cacos. A beleza das coisas só sobrevive no cuidado que temos com elas.
A amizade é também uma forma de Arte. Devia haver conservadores.

"Que seria da sensatez e da sobriedade sem a experiência da embriaguez, que seria do prazer dos sentidos se a morte não espreitasse de emboscada, que seria do amor sem a eterna hostilidade dos sexos?"

Narciso e Goldmundo

Herman Hesse

quinta-feira, abril 13, 2006

A meia-hora de me fazer à estrada, sozinha, acabo de perceber que, no meio da fúria organizativa do ínicio da manhã, mandei, para o lixo, entre garrafas de àgua semi-bebidas e facturas dos últimos 2 anos, o único mapa de que dispunha.
Se este blog não for actualizado durante as próximas semana, por favor, alguém mande as equipas de resgate, sim?

União de facto

E quando se luta muito para ficar ao lado do homem com quem se quis casar, será uma "união por direito" ou uma "união de mérito"?

Vício do jogo (de palavras)

Quem tem um blog tem de ter um bloco. (Preferencialmente não de esquerda).

Os dias que correm

ao almoço, com três amigos, questionando e expondo o quadro de miséria da existência de cada um, esta conspiradora explicou tudo:
-Mas estão à espera de quê se vivemos na era em que a Água das Pedras já vem com sabores?

Abertura fácil

Esta manhã arrastei o meu carro até ao escritório. A 10Km /hora. Mas as malas para o fim de semana tinham de vir.
Além de ter saído de casa (e, naturalmente -Grumpf...!-ter acordado) uma hora mais cedo do que é costume para conseguir estacionamento nesta bendita rua, achei (cérebrozinho iluminado) que pouparia tempo se tomasse pequeno almoço, na dita viatura, em andamento.
Em conversa semi-profissional tinho sido já alertada para as deficiências de abertura num dos lotes iniciais do Compal Essencial, um novo e fantástico produto no mercado que nasceu para salvar criaturas que, como eu, não toleram o comum pequeno-almoço sem uma profunda náusea.
Morango!Uma consistência algures entre o sumo e a polpa! Uma abertura nada fácil! Um semáforo que passou para o verde cedo demais! E a minha camisola branca(já era)!
E ainda há quem pergunte porque é que tenho mau acordar...Bah!

quarta-feira, abril 12, 2006

Blogosfera em movimento

Porque andava a perder muitos posts pela rua, comprei um Moleskine.

É uma espécie de blog portátil com tecnologia wireless.

Lunático, mas não de outro mundo.


Movida pela recordação das sonoridades dos primeiro e segundo algum, não resisti, quando impelida pela prateleira das novidades da Fnac, a comprar o recém lançado CD dos Gotan Project : Lunático.
Talvez porque La Revancha del Tango foi, na altura, uma pedrada no charco, e porque Inspiración - Espiración apresenta uma extraodinária versão de um dos melhores standards de jazz de sempre permitindo, adicionalmente, revisitar o inultrapassável Chet Baker, tenho muita dificuldade em deixar-me apaixonar, na mesma medida, por este novo trabalho.
Mediano, quando o que está em causa é qualificar o trabalho de quem já roçou o excepcional, não é uma coisa boa.

Limpezas de Primavera

Acordei com aquela sensação de ter arrumado as gavetas por cores e os sapatos dentro das caixas certas. E de ter até separado para dar a quem precise a roupa que já não me serve.
Acho que foi de ter arrumado as ideias. Havia umas já demasiado empoeiradas, desbotadas, e pequenas para mim...

Primavera e primeira infância



Não acredito no amor incondiconal, não gosto de pessoas boazinhas, acho mais graça aos homens conservadores e estou profundamente convencida de que as rosas sofrem de um problema de possidonite crónica (são as equilaventes às "manicures" nas plantas)...

São estas as flores em que acredito, num cesto, num vaso, num jardim ou prensadas nas folhas de um livro.

Lembro-me de mal chegar aos degraus daquele enorme jardim, de ter de me esticar em bicos de pés para lhe poder dar a mão, ser primavera e haver amores-perfeitos e borboletas.

Nas mudanças (de casa, de vida e de leituras) fui encontrando, à vez (entre as páginas dos livros) os uns e as outras que colhemos juntos ou que ele perseguiu para mim.

Eu usava chapéu de palha com uma fita de cetim azul, um vestido de flores e uns sapatos de bailarina que me faziam escorregar. Ele foi a melhor maneira de ser severo que conheci.

Não admira que mais ninguém tenha conseguido acertar nas minhas flores preferidas.

Gestão de recursos humanos

Também nas pessoas, como em tudo na vida, tem de existir uma boa relação qualidade-preço para valer a pena.

Cicuta com açúcar (para acalmar)

Quem tem (muitos) telhados de vidro não pode atirar pedras.

Quando, ainda assim, as atira, não pode ficar à espera que os vidros não se partam.

terça-feira, abril 11, 2006


No próximo dia 29 de Abril, na aula magna, o maior vício do meu último ano (Comprar sapatos não conta...).
Os Kings of Convenience são o melhor exemplo de que a simplicidade pode originar as mais extraordinárias manifestações de beleza.

Banda sonora para dias cinzentos

No próximo fim de semana podem encontrar este blog aqui, a matar sede de mar.

A minha receita para unir Liberais, Conservadores e Democratas cristãos



Pode não ser o de Serralves, mas sempre se pode levar uma fatia para comer no jardim da Gulbenkian...

(1) Guarde a farinha no armário. Não vai precisar dela para nada.
(2) Ingredientes: 12 ovos, 14 colheres de sopa de açúcar, 2 tabletes de chocolate negro (com, pelos menos, 70% de chocolate), 75 gramas de margarina.
(3) Separe os ovos (claras e gemas);
(4) Junte a gemas ao açúcar e bata muito bem até obter um creme claro e homogéneo;
(5) Bata as claras em castelo (com umas pedrinhas de sal) e deixe de parte;
(6) Derreta, em banho maria, o chocolate com a margarina;
(7) Adicione o chocolate derretido com a margarina ao preparado de ovos e açúcar e misture muito bem;
(8) Adicione as Claras em castelo à mistura anterior, envolvendo, sem bater, para não "partir" as claras (COM MUITO JEITINHO!);
(9) Unte uma forma com margarina e farinha (sim, aquela que eu mandei guardar...);
(10) pré-aqueça o forno a 250º durante 10 minutos;
(11) Ponha 2/3 da Massa na forma e leve ao forno, a 175º, durante mais ou menos 35 minutos enquanto reserva o restante terço no frigorífico;
(12) Retire o bolo do forno, deixe arrefecer um pouco para desenformar e depois cubra com terço que reservou;
(13) Deve conservar-se no frigorífico.


O meu novo herói

Eu já desconfiava

Que a Primavera também não sai de casa antes das 11 da manhã....

segunda-feira, abril 10, 2006

Primavera intelectual


Uma boa razão para estar feliz é o regresso de uma das minhas séries preferidas. My family, na TV2, às 23:30 de Domingo.

sexta-feira, abril 07, 2006

O animal de estimação ideal para uma viciada em sapatos, uma descoberta decorrente de uma improvável caminhada nocturna

Afinal, hoje ainda tenho de ir fazer um bolo

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Álvaro de Campos, in "Tabacaria"

What kind of mood elevator are you on?






A todos os que perguntam se eu vou na Páscoa e, em especial, a alguém que não perguntou coisa nenhuma

Podem me chamar
E me pedir e me rogar
E podem mesmo falar mal
Ficar de mal que não faz mal
Podem preparar
Milhões de festas ao luar
Que eu não vou ir
Melhor nem pedir
Que eu não vou ir, não quero ir

E também podem me obrigar
E até sorrir e até chorar
E podem mesmo imaginar
O que melhor lhes parecer

Podem espalhar
Que eu estou cansado de viver
E que é uma pena
Para quem me conheceu
Eu sou mais você e eu

Vinicius de Moraes / Carlos Lyra

quinta-feira, abril 06, 2006

O poder filosófico do SMS ou 2 telemóveis em modo de "escrita inteligente"

A amiga: Mmm... Ocorreu-me agora... Não há relações adultas; apenas compromissos adultos. As relações, como quase todas as reacções, são primárias e infantis. Sempre. É a natureza humana: não há evolução possível nos sentimentos. Que assustador.
Ela: Não sei se concordo. Há relações que amadurecem. Com e como as pessoas. Tenho o exemplo da minha com o meu pai. E não era uma questão de revolta de adolescente. Éramos, de facto, incompatíveis. E a relação evoluiu, amadureceu e com isso percebemos que gostamos um do outro o suficiente para, à vez, abdicarmos do um pelo outro. E esta é só a forma mais simples de amar.
A Amiga: Pois. Eu não sei o que é isso. Vi compromissos como sinal de maturidade, sim. Mas nunca vi um amor amadurecer. Só existir, sim. Mas nas pequenas coisas, que são as importantes quando há amor, vejo toda a gente, incluindo eu própria, agir como se tivesse 5 anos...
Ela: Isso não é uma questão de amor. É só impulso. Amor é ver mais longe. E tenho dúvidas que seja possível, na relação Homem/Mulher, afastar o impulso em nome da maturidade. Quando está em causa o nosso Homem, é matar para não morrer...
A amiga: Por isso: amor não cruza com maturidade. É maior e mais forte. E também mais instintivo e primário. O que digo é que as relações (o amor) são sempre assim: pedaços colados de impulso, sentimentos, uma experiência de amor. O compromisso é que é sinal de maturidade: a fidelidade, a família, a casa...
Ela: Fui agora arrasada por uma certeza. Ele nunca vai amadurecer. E este amor tem morte anunciada...
A amiga: Oh bolas...

Uma questão de óptica

Garantiram-me, ontem, que o amor à primeira vista existe.

Porque pelo sim, pelo não, uma miúda tem de estar atenta, esta manhã, às 9:30 em ponto, fui ao optometrista. Vem aí a Primavera...