Mel Com Cicuta 

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room.

 

William Hazlitt  
      

   

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O poder filosófico do SMS ou 2 telemóveis em modo de "escrita inteligente"

A amiga: Mmm... Ocorreu-me agora... Não há relações adultas; apenas compromissos adultos. As relações, como quase todas as reacções, são primárias e infantis. Sempre. É a natureza humana: não há evolução possível nos sentimentos. Que assustador.
Ela: Não sei se concordo. Há relações que amadurecem. Com e como as pessoas. Tenho o exemplo da minha com o meu pai. E não era uma questão de revolta de adolescente. Éramos, de facto, incompatíveis. E a relação evoluiu, amadureceu e com isso percebemos que gostamos um do outro o suficiente para, à vez, abdicarmos do um pelo outro. E esta é só a forma mais simples de amar.
A Amiga: Pois. Eu não sei o que é isso. Vi compromissos como sinal de maturidade, sim. Mas nunca vi um amor amadurecer. Só existir, sim. Mas nas pequenas coisas, que são as importantes quando há amor, vejo toda a gente, incluindo eu própria, agir como se tivesse 5 anos...
Ela: Isso não é uma questão de amor. É só impulso. Amor é ver mais longe. E tenho dúvidas que seja possível, na relação Homem/Mulher, afastar o impulso em nome da maturidade. Quando está em causa o nosso Homem, é matar para não morrer...
A amiga: Por isso: amor não cruza com maturidade. É maior e mais forte. E também mais instintivo e primário. O que digo é que as relações (o amor) são sempre assim: pedaços colados de impulso, sentimentos, uma experiência de amor. O compromisso é que é sinal de maturidade: a fidelidade, a família, a casa...
Ela: Fui agora arrasada por uma certeza. Ele nunca vai amadurecer. E este amor tem morte anunciada...
A amiga: Oh bolas...