Há, pelo menos, duas maneiras de se lidar com a realidade. Podemos, pura e simplesmente, passar ao lado dos factos, negando ou ignorando apenas as evidências quando adversas. Esta é, em rigor, a existência dos modos serenos, das mortes sossegadas. E, depois, há aqueles para quem os acontecimentos são impulsos/ agressões exteriores às quais se tem, necessariamente, de reagir. E, para estes segundos, o exercício do poder de decisão é a única forma de manter o controlo. Mesmo que não se siga de forma criteriosa o caminho a início traçado, que tenha de haver desvios e percursos alternativos. Mesmo que se tenha de pôr de lado uma decisão que veio a provar-se errada para tomar de uma nova (também esta de bondade ainda incerta).
Apostar, acertar, errar, ganhar, perder, mas sobretudo decidir. Tomar nas mãos as rédeas dos caminhos (ainda que sem saída) é o que nos pode distinguir das coisas sem vida. Quando mais erro mais me lembro que estou cá por alguma razão que ainda vou descobrir. Ou decidir.
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