Dois congressos depois, impera lançar um olhar atento sobre a direita portuguesa, e seus dois maiores partidos, para perceber uma data de coisas (ou pelo menos uma coisa importante):
I- O PPD/PSD
(i) Marques Mendes não é mais do que (outro) líder de recurso. À semelhança de Santana Lopes, aquando das romarias de notáveis do partido a Belém, que imploravam que este fosse aceite para substituir Durão, em nome da estabilidade, também Marques Mendes é agora alvo de consenso no seio do partido.
(ii) Embora Santana tenha sido rapidamente deixado cair pelos que o levaram em ombros para o governo, acredito que o reinado de Marques Mendes dure um pouco mais, quanto mais não seja, porque a posição de líder da oposição nunca será tão apetecível quanto a de Primeiro Ministro.
(iv) Marques Mendes liderará durante quatro anos um partido que o tolera, mas que, de facto, deseja António Borges, que, apoiando o primeiro, lá foi piscando o olho ao eleitorado e às bases, em jeito de antevisão...
II - O CDS
(i) Telmo Correia era o líder natural, no entanto, e porque não se contentou em ser tolerado, ambicionando ser desejado, ficou pelo caminho, face a Ribeiro e Castro, qual fénix renascida .
(ii) Ao contrário do que se possa pensar, isto foi o melhor que poderia ter acontecido a Paulo Portas, senão veja-se: O antigo líder, escusa assim de passar os próximos quatro anos na ingrata missão de conter o seu delfim, cortando-lhe as asas quando este quisesse voar alto demais... Paulo Portas está, mais do que nunca em condições de ser verdadeiramente desejado, aclamado...
III - A Direita
Assim se conclui que o real vencedor dos dois congressos havidos nos maiores partidos da direita portuguesa foi um só: Paulo Portas - que surgirá, dentro de 4 anos, como o ideal unificador de uma direita fragmentada, porque no PSD, Mendes e Borges medirão forças, e no CDS, Ribeiro e Castro já terá arrumado os tarecos e seguido (de vez) para Bruxelas.
Medo, muito medo...
Qualquer que seja o cenário, é mesmo para ter medo
Posted by Hugo | 10:34 da manhã