Um amigo de longa data a quem tinha telefonado pelo aniversário disse-lhe, a propósito de emoções, que tinha acabado os seus dias de Wrestling e que procurava agora uma "coisa" calma e fácil. Não foi capaz de evitar felicitá-lo com uma espécie de paternalismo sobranceiro (embora inocente) de quem percebe que a (sua) felicidade está tão distante da facilidade como da ausência de angústia. Um lutador não é capaz de viver sem saber que tem à espera um novo round. E tampouco é capaz de pendurar as luvas se não lhe retirarem o resto da forças que lhe estejam sepultadas no corpo, numa última e humilhante batalha.
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