Era para não ser nada daquilo
Era para não ser nada daquilo, quando resolveram, para animar cada uma, ir jantar a um restaurante mediano e contribuir — em larguíssima medida— para as boas notícias que o CEO da Moet & Chandon tenha para dar aos seus accionistas, no fecho das contas do ano em curso; e, bem assim, conseguir jantar numa quase tasca a preços que rondam a dívida externa da polónia.
Era para não ser nada daquilo, quando entraram num bar sem grande graça e fizeram um memorável número vocal com um amigo que sabe sempre ser o mais correcto dos amigos, no melhor e mais adequado dos momentos.
Era para não ser nada daquilo quando, no Lux, e sempre acompanhadas da sua flut, transitavam do house progressivo para o revival do disco sound como se fossem uma e a mesma sonoridade e como se, nunca na vida, tivessem ouvido outras batidas.
Era para não ser nada daquilo, quando o sol nasceu, para mais um dia, e perceberam, todas, que enquanto fosse tudo aquilo, e estivessem lá, cada uma delas, nada poderia correr (realmente) mal.