Mel Com Cicuta 

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room.

 

William Hazlitt  
      

   

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Ontem, em horário social

Numa mesa de um conhecido café de Campo de Ourique, depois do jantar, com amigos e outros amigos desses amigos (que eu tinha acabado de conhecer):
Ele(um perfeito estranho): -Mas vive sozinha? Não sente falta de ter companhia para se distrair depois do trabalho, alguém com quem conversar? E como sobrevive às tarefas domésticas?E não tem medo de vir para casa sozinha à noite?
Respondi educadamente, e segui para casa, algum tempo depois, ainda atordoada pela avalanche de perguntas idiotas. Entrei em casa, chamei companhia. Primeiro o João Gilberto, depois o Jobim, mais tarde o Miles Davis e o Coltrane. No sofá, comigo, o Céline e a sua "Viagem ao fim da noite". Na televisão, a Sic Notícias, em modo mute, só para fazer companhia.
Cada vez me convenço mais que há um certo - e determinado (momento Gato Fedorento do post)- tipo de homem que casa porque: (i) não sabe ou não gosta de ler, (ii) não pode pagar uma boa aparelhagem ou um ecran de plasma e (iii) não é capaz de contratar uma empregada doméstica ou um guarda nocturno.

Cara Kashmir:
Por isso é que o casamento é um acto de caridade da parte feminina e um acto de acomodação da parte masculina.
Para mim, é ainda um contrato com objecto física e legalmente impossível: a minha liberdade.
Nõ...não...e mais não.

O cassamento é apenas um acto suicida, digno do maior dos Kamikaze...
Meus meninos, até eu que sou cínica, não acho nada certo o que dizem.
O casamento é, de facto, a melhor forma que conheço de unir duas pessoas que se amam, desde que o pressuposto subjacente à formação da vontade contratual seja o amor e não uma pura e simples prestação de serviços.
Como diria o Grande Jacques "l'amour est mort, l'amour est vide..."
Lá vamos nós a uma antiga luta!! Obviamente se se procura alguem para completar (seja o que for), em vez de complementar, sai-se frustrado(a). Acredito no casamento como união, não como preenchimento de lacunas para uma mera auto-satisfação. Não faz sentido! Daí correr o risco de banalização, ao ponto de antes de casar deixar claro o que acontece em caso de divórcio. Ou seja, se não me preencheres como quero não faz sentido estarmos juntos. O casamento não é um fim, é um principio de uma nova vida: a três! (Eu, tu e nós!)
a velhissima confusao do amor com o casamento :P
kashmir, no fim do céline lê a Carta de Guia de Casados do Dom Francisco Manoel de Mello.

;)

Devia ser obrigatorio nos cursos de preparação para o matrimónio.
Curiosamente (e salvo honrosas e infamentes excepções), os homens que ficam solteiros ficam uns coitadinhos, enquanto as mulheres são umas "dignified spinsters" do catano.
infamantes
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