Como num jogo de futebol entre equipas mais ou menos equilibradas no que às valias de cada uma diga respeito. O colectivo de ambos os lados, espalhado pelo terreno, encaixa perfeitamente entre si e impede que o jogo produza grande espectáculo do ponto de vista estético. Graças a um ou dois rasgos de brilhantismo individual, uma das equipas adianta-se no marcador. Como qualquer vencedor, relaxa um pouco, tenta gerir o resultado limitando-se a minorar as investidas do outro. Achando-se confortável na aparentemente não magra vantagem prefere não atacar — o que se percebe, porque implicaria deixar a defesa mais desprotegida — e responder, apenas, quando oportuno.
Todos sabemos que, em matéria de champions league, gerir resultados raramente traz resultados. O adversário que começou a perder, ferido mas não morto, levanta-se na sua réstia de força e raça, e começa a encostar o outro ao seu meio campo. Galgando o relvado que parece oferecer os quilómetros de dunas num deserto, começa por diminuir a desvantagem e permite-se levantar a cabeça esperançado; depois de empatar e restaurar a injusta desigualdade — porque só no fim se mostra o melhor que uma casa tem para dar — põe em prática a jogada estudada, preparada ao milímetro, numa espécie de coreografia ensaiada vezes sem conta em que cada um dos intervenientes sabe rigorosamente o que tem de fazer. E marca. Deixando o guarda-redes do outro lado colado ao relvado e as bancadas em delírio. Isto, caro leitor, é espectáculo e a razão pela qual se vai a jogo.
Moral da história: macem-me, mas não me subestimem.
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Bela (res)posta!
Posted by Isa | 6:08 da tarde
Cumprimentos,
Tiago.
Posted by tlpg | 7:15 da tarde
Tiago: a metáfora é a arma de quem escreve e a liberdade de quem lê. Que seja sobre o que o menino quiser.A ver se escrevo um sobre caça submarina.
Cumprimentos,
Posted by LAC | 10:21 da manhã
Menino, eu? Já me maça o suficiente ser tratado por «jovem», agora, menino, por uma mulher mais velha? Isso reduz-me praticamente a um eunuco. Qual é o próximo: bebé?
Uma palmadinha nas nádegas,
Tiago.
Posted by tlpg | 6:20 da tarde