A housewarming post
Os mais dados a tiques solitários, umbiguistas, misantropos, as gentes mais desligadas da Gente tenderão a acrescentar aos mecanismos anteriores um que lhes permita estar igualmente imunes as efeitos que o excesso de humanidade possa ter nas vidas. Nada contra. Afinal grande parte da graça da humanidade reside no estimulante exercício teórico quer passa por evitá-la. A todo o tempo. Contudo, até para esses -- mais avessos à invasão do seu perímetro de segurança vivencial -- que consideram a solidão o terreno ideal para a contemplação serena dos dias, vale a máxima Balzaquiana de que a solidão é agradável, mas precisamos sempre de alguém a quem o dizer.
Assim, e porque a montanha russa na qual nos movimentamos diariamente tem lugar para vários ocupantes (cada um deles cioso do seu espaço mas igualmente ávido de cumplicidades) hoje celebramos uma nova etapa na vida de I. Sempre próxima, ali ao lado, à distância de um apelo, passará a estar ainda mais perto, à mão de semear. Porque já que não conseguimos escusar-nos a semear ventos, mais vale ter por aqui quem nos ajude a colher eventuais tempestades.