O Queridíssimo
Luís — que tem um blogue onde o bom gosto é elevado à categoria valor moral (coisa que, aliás, aplaudimos) — passa-me mais uma
destas correntes que têm por objectivo entrar-nos casa dentro e espreitar as estantes dos livros. Ora, não só este blogue já se pronunciou amplamente sobre as leituras em curso (e recém terminadas), como começa a temer represálias dos agentes infiltrados da CIA que se amofinam um pouco por todo o lado quando há referências a russos ou outra coisa do género. Assim, e porque, infelizmente, não podemos fazer toda a gente feliz e apresentar nos escaparates pessoais coisas mais modernas e que ficariam certamente mais simpáticas na lapela se pretendêssemos transmitir um ar mais
blasée (olhando a magnificência de alguns clássicos com esgar de enfado) e menos, (vá…),
snobbish, vamos deixar cair a corrente, e, num correcto exercício de autismo e boa vizinhança falar um pouco sobre:
(i)
Esta maravilhosa rubrica em jeito de crónica sócio-estética que o Luís tem lançado (não tão regularmente como se desejaria) no seu Choose a Royal, e
(ii) O faro magnífico que tem para aconselhar
as festas certas, nos locais adequados, invadidos por multidões ordeiras que propiciam noites entre o irrepreensivelmente
chic e o delicioso
drôle decadente.
No mais, será sempre um prazer acompanhar
o cavalheiro num pé de dança, a distâncias regulamentares homologadas nos melhores bailaricos de bairro.
Mas só por isto valeu a pena: receber tamanho parágrafo de uma contínua lisonja, de uma mulher que admiramos e estimamos, é seguramente muito mais do que os 5 russos que anda a ler.
Faremos todos os esforços por tentar corresponder, sobretudo no que toca ao “o que é esta merda?”, pois, como compreenderá não é assunto com que gostemos de nos preocupar. Cada comentário daqueles é resultado de uma enorme indignação que nos tira anos de vida e corrói por dentro. Porém compreendemos a sua predilecção, e faremos todos os esforços no sentido de empenhar a todo o custo o estandarte das estéticas mais atrozes.
As festas estão asseguradas, dados os sucessos. A multidão estamos certos de que é aquela mesmo, com os calções, as havaianas e tudo o mais de que gostamos (mas de que fingimos não gostar).
O pé de dança está assegurado. Abriremos a pista, quando lançarem os primeiros fumos e luzes laser, ao som de um qualquer hit que já não ouvíamos desde os Polystar dos irmãos mais velhos. Será uma honra voltar a respeitar as distâncias (ainda para mais agora que sei quem devo respeitar!).
Bem haja,
Royal.
Posted by Luis Royal | 6:11 da tarde